Alagoas
Casos de intoxicação exógena aumentam e reforçam alerta para atendimento rápido em Alagoas
Samu 192 já registrou 415 ocorrências em 2025; coordenadora reforça importância do socorro imediato e do cuidado com a saúde mental para prevenção
Arnaldo Santos / Ascom Samu
Nos primeiros dez meses de 2025, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) já registrou 415 atendimentos por intoxicação exógena em Alagoas. De acordo com a coordenadora geral do Samu, Beatriz Santana, o número vem crescendo nos últimos anos e preocupa as autoridades de saúde. Entre as principais causas estão a ingestão de medicamentos, bebidas alcoólicas, água sanitária e até envenenamentos com produtos como o “chumbinho” — um raticida ilegal, mas ainda utilizado no país, inclusive em tentativas de suicídio.
Beatriz alerta que qualquer suspeita de envenenamento, seja acidental ou intencional, exige ação imediata. “A pessoa deve ser levada o mais rápido possível a uma unidade hospitalar. O ideal é procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou, se estiver próximo, o Hospital Geral do Estado (HGE). Nunca se deve oferecer nada para beber, nem mesmo água”, orienta.
Os sinais de intoxicação podem incluir salivação excessiva, lacrimejamento intenso, dor abdominal (região epigástrica), dificuldade para engolir ou respirar. “Esses são sinais de alerta e não devem ser ignorados”, reforça a coordenadora.
Em qualquer situação suspeita, a recomendação é ligar imediatamente para o 192, onde um médico de plantão dará as primeiras orientações.
Além do cuidado clínico urgente, Beatriz destaca a importância da saúde mental na prevenção. “Muitas dessas intoxicações estão relacionadas a tentativas de suicídio e sofrimento psíquico. Precisamos fortalecer a saúde mental com atividade física, lazer, convívio social e, principalmente, com apoio profissional diante de sentimentos, pensamentos ou comportamentos que incomodam”, afirma.
A enfermeira também orienta que familiares fiquem atentos a mudanças bruscas de comportamento, que podem indicar depressão. “Acolher e buscar ajuda é essencial. O silêncio pode ser quebrado com empatia”, ressalta.
Onde buscar ajuda
O primeiro passo é não ignorar sinais de sofrimento de quem está ao redor. Se alguém próximo demonstrar ansiedade intensa ou sinais de depressão, procure auxílio. Em Maceió, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito e sigiloso 24 horas por dia, pelo telefone 188, e-mail ou chat. Outra opção é o Centro de Promoção à Saúde, Educação e Amor à Vida (Cavida), pelo telefone (82) 99333-2375.
A rede pública também dispõe de suporte por meio das Unidades Básicas de Saúde, UPAs e Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que atendem pessoas com sofrimento mental grave, inclusive em situações relacionadas ao uso de álcool e outras drogas, tanto em crise quanto em reabilitação.
Buscar ajuda não é sinal de fraqueza, mas de coragem. Muitas vezes, essa atitude pode salvar vidas.
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