Alagoas
Serviço de Epidemiologia do HEA apresenta normas, rotinas e lança cartilha para capacitação de profissionais
O Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca, reuniu coordenadores de setores e servidores no auditório da instituição para fazer um balanço do trabalho do Serviço de Epidemiologia Hospitalar. Durante o encontro, a equipe apresentou as normas e rotinas do setor, além da cartilha elaborada especialmente para apoiar os profissionais da assistência à saúde no atendimento de agravos de notificação compulsória.
A cartilha reúne protocolos do Ministério da Saúde e dados sistematizados do HEA, funcionando como guia prático de consulta rápida. O material vai nortear as capacitações programadas para o mês de setembro, que vão envolver mais de 100 profissionais da emergência, incluindo médicos clínicos, pediatras, enfermeiros e recepcionistas.
Presente ao encontro, o diretor-médico do HEA, Vanderly Rezende, destacou a relevância da iniciativa. “Quero parabenizar a equipe do Serviço de Epidemiologia Hospitalar pela organização e pelo interesse em alinhar os protocolos. Esse trabalho é essencial para garantir que todos os profissionais sigam orientações corretas, assegurando ainda mais uma assistência qualificada à população”, comentou Rezende.
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A coordenadora do núcleo, Ana Lúcia Alves, explicou que o encontro teve como objetivo reforçar a importância da vigilância e da qualidade das informações. “Mostramos como funciona o setor de epidemiologia com normas, rotinas, números e a programação de capacitação. Nosso foco é sensibilizar os profissionais para notificarem com qualidade, o que resulta em dados mais completos e confiáveis”, explicou.
A enfermeira Sônia Mércia, integrante da equipe do Núcleo de Epidemiologia, também reforçou a importância da iniciativa. “Esses encontros são fundamentais para ajustar condutas e garantir que os pacientes recebam atendimento correto, de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde. A cartilha e o mural com orientações fortalecem a prática diária dos profissionais”, avaliou.
Já a enfermeira Aline Sibelle, coordenadora do setor de internação do trauma, salientou a relevância do momento para os profissionais de diferentes áreas. “Foi um momento muito importante. Revisar os protocolos ajuda a prestar uma assistência de qualidade, tanto para quem está começando agora quanto para os profissionais mais experientes”, ressaltou.
Para o mês de setembro, a programação inclui capacitações voltadas para médicos clínicos e pediatras da emergência nos agravos de notificação compulsória; médicos na notificação de acidentes de trabalho; coordenadores de enfermagem em fluxos de atendimentos e exames de apoio diagnóstico; e profissionais da recepção da emergência.
Importância do serviço
Implantado há 18 anos, o Serviço de Epidemiologia Hospitalar funciona como órgão de assessoria para a gestão hospitalar, fornecendo informações estratégicas que orientam decisões e planejamentos. O núcleo integra o Subsistema Nacional de Vigilância Epidemiológica em âmbito hospitalar e atua em articulação com a Rede Nacional de Alerta e Resposta às Emergências em Saúde Pública (Rede CIEVS).
Entre as funções, estão a notificação e investigação das Doenças de Notificação Compulsória (DNC), a investigação de óbitos, a alimentação de planilhas mensais de acidentes de trânsito encaminhadas a órgãos competentes, a elaboração de relatórios de agravos e ações de imunização.
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O serviço faz entrevistas com pacientes e familiares, busca ativa de casos e óbitos em áreas críticas do hospital (emergência, UTI, centro cirúrgico, internação, Serviço de Arquivo Médico e Estatística - SAME, psicologia, serviço social e área lilás) e tem acesso diário aos boletins de entrada e prontuários. Em 2007, o núcleo produziu o primeiro relato no Brasil da Doença da Folha Verde do Tabaco, registrado em Arapiraca, evidenciando sua importância também no campo da pesquisa.
Dados
Durante a reunião, também foram destacados números que mostram a dimensão do trabalho realizado pelo serviço ao longo dos anos: 92.437 notificações de doenças e agravos de agosto de 2007 a agosto de 2025, média anual de 5.200 registros.
Acidentes por animais peçonhentos tem média de 1.800 casos por ano, com tendência crescente. Picadas de escorpião representam 70% dos registros. A faixa etária de 20 a 39 anos concentra 35% dos casos, seguida por 0 a 9 anos (16%) e 60 anos ou mais (9%).
Intoxicação exógena: 55% ligadas a tentativas de suicídio, sendo 73% em mulheres e 65% em jovens de 10 a 29 anos. As intoxicações acidentais correspondem a 27%, com destaque para crianças de até 10 anos (21%). Os medicamentos estão envolvidos em 54% dos casos.
Atendimento antirrábico humano: 17.574 registros, sendo 96% decorrentes de ataques de cães. Apenas 20% a 25% dos atendimentos resultaram em indicação de soroterapia. Violência interpessoal ou autoprovocada (tentativas de suicídio, violência física e sexual): 18.554 notificações, sendo 57% de violência autoprovocada, com o envenenamento como meio mais utilizado (96%).
Acidentes de trabalho graves: 1.539 registros, 90% em homens. A faixa etária de 20 a 39 anos concentra 47% dos casos, com destaque para 28% em adolescentes de 10 a 18 anos. Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG): 2.267 casos atendidos entre 2020 e 2021, período em que o HEA foi referência nesse tipo de acolhimento.
Entre 1° de janeiro e 31 de julho de 2025, os acidentes de trânsito representaram cerca de 18% do total de atendimentos, sendo o carro-chefe dos serviços oferecidos pelo Hospital de Emergência. Foram 45.349 atendimentos no total do hospital, sendo 6.972 acidentes de trânsito, seja acidente de motocicleta, acidente de carro, de moto, colisão, capotamento, atropelamento. Deste total, foram 5.005 vítimas de acidentes envolvendo motocicletas.
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