Vida Esportiva
Após questionamentos a Paulinho, por se posicionar como homem preto, mãe do jogador rebate: 'Não cabe mais'
Atleta do Palmeiras estreou na São Paulo Fashion Week na última quinta-feira

Atacante do Palmeiras, Paulinho estreou nas passarelas na última semana, como estrela da São Paulo Fashion Week. Em entrevista ao jornal O Globo, o atleta — que se recupera de uma cirurgia na perna direita, que o afastará dos gramados até o ano que vem — falou sobre representatividade e afirmou saber de sua importância "como macumbeiro, homem preto". Seu posicionamento gerou alguns questionamentos sobre sua cor. Em resposta a isso, sua mãe, Ana Christina Tavares, usou as redes sociais para rebater esse tipo de reação.
Final antecipada:
Gilmar Ferreira:
"Ele se afirma como homem preto, suburbano e candomblecista. E por sua visibilidade e tom mais claro, de pele, incomoda aos racistas. Muitos questionam: 'mas ele não é preto!'. Esse tipo de fala não cabe mais", diz trecho de uma sequência de fotos publicada por ela na noite deste sábado no Instagram, levando à discussão sobre o colorismo, a partir de uma análise da filósofa Sueli Carneiro, uma das responsáveis por aprofundar esse debate no Brasil.
"Como analisa Sueli Carneiro, classificações cromáticas e o 'pardismo' podem diluir a identidade negra e fragilizar políticas de equidade, iluminando as dinâmicas locais do colorismo. A negação da identidade de pessoas negras de pele mais clara funciona como mecanismo de via de invisibilização", completa a postagem de Ana Christina, que pondera que a identidade não deve ser avaliada só pela aparência.
Antes do desfile, Paulinho disse se ver representado na proposta de streetwear assinada pelo estilista catarinense, que leva o nome “Monopoly: young money!”. O jogador enxerga a moda como uma forma de se manifestar e, ao mesmo tempo, valorizar suas raízes. Não à toa gosta de vestir criações nacionais que tenham ligação com o subúrbio carioca, onde nasceu, e suas vertentes, como o samba. Nas marcas internacionais, prefere as que são influenciadas pela cultura black americana dos anos 2000.
Conhecido por se posicionar sobre assuntos como política e religião, sem se importar com as críticas inerentes em um Brasil muito dividido, Paulinho entende que pode sofrer ainda mais preconceito de uma parte dos amantes do futebol por conta dessa nova ligação com a moda. Mas, num momento em que jogadores do país e do mundo parecem se importar mais com a mensagem passada pelo que vestem, ele se vê preparado para isso
"Na passarela, um jogador de futebol rompe padrões de machismo e conservadorismo que tentam dizer onde cada um deve estar. E mostra que representatividade é também uma forma de transformar a sociedade", diz outro trecho da publicação da mãe de Paulinho.
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