Vida e Saúde
Quantidade diária de passos pode ser um indicador precoce de Parkinson
Pessoas que caminhavam mais de 12 mil passos por dia apresentavam um risco 59% menor da doença
A contagem diária de passos pode atuar como um marcador precoce para o diagnóstico de Parkinson, segundo estudo do Instituto de Big Data de Oxford e do Departamento Nuffield de Saúde Populacional.
A doença de Parkinson é a segunda condição neurodegenerativa mais prevalente e a que mais cresce no mundo, com estimativa de 9,4 milhões de casos em 2020, frente a 5,2 milhões em 2004. Antes do diagnóstico clínico, sinais motores sutis e outros indícios podem surgir até uma década antes, oferecendo pistas para a compreensão e identificação de fatores de risco modificáveis.
Pesquisas anteriores já associaram menor atividade física a maior risco da doença. No entanto, o desenvolvimento lento e progressivo do Parkinson dificulta a determinação da causalidade, pois a condição pode estar presente desde o início dos estudos.
A contagem de passos diários surge como alternativa simples e objetiva para medir a atividade física, podendo ser facilmente monitorada por dispositivos vestíveis e celulares. No estudo publicado na revista npj Parkinson's Disease, pesquisadores analisaram dados de acelerômetros de pulso do UK Biobank para avaliar a relação entre o número de passos e a incidência de Parkinson, ao longo de diferentes períodos de acompanhamento.
O UK Biobank recrutou 502.536 adultos no Reino Unido entre 2006 e 2010. Um subconjunto utilizou acelerômetro de pulso por até sete dias entre 2013 e 2015, somando 94.696 registros analisados.
Os participantes deram, em média, 9.446 passos diários. Aqueles no grupo mais ativo, com 12.369 passos ou mais por dia, eram geralmente mais jovens e apresentavam menor índice de massa corporal do que os que caminhavam menos de 6.276 passos diários.
Durante o acompanhamento mediano de 7,9 anos, foram identificados 407 casos de Parkinson, com intervalo mediano de 5,2 anos entre o uso do acelerômetro e o diagnóstico.
Riscos baseados em passos
O estudo mostrou que pessoas que caminhavam mais de 12.369 passos por dia tinham risco 59% menor de desenvolver Parkinson em relação àquelas que caminhavam menos de 6.276 passos por dia.
Em análise contínua, cada mil passos diários adicionais estavam associados a uma redução de 8% no risco de incidência da doença.
Modelos ajustados para fatores como índice de massa corporal, depressão, diabetes tipo 2, constipação, disfunção da bexiga e duração do sono reforçaram a ligação entre saúde geral, atividade física e possíveis marcos na via causal do Parkinson.
Um sinal, e não um fator de risco
Os resultados dessa ampla análise prospectiva indicam que uma maior contagem diária de passos está associada a menor incidência de Parkinson, especialmente em períodos de acompanhamento mais curtos. Isso oferece aos médicos um sinal importante para monitoramento precoce. Os achados reforçam a ideia de que baixa atividade física funciona como um marcador da doença, e não necessariamente como um fator de risco direto.
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