Vida e Saúde

Vai viajar? Ar em aviões é mais limpo do que se imagina, revela estudo

Trabalho foi publicado na revista científica Microbiome

Agência O Globo - 04/12/2025
Vai viajar? Ar em aviões é mais limpo do que se imagina, revela estudo
Vai viajar? Ar em aviões é mais limpo do que se imagina, revela estudo - Foto: Reprodução / FREEPIK

Muitas pessoas convivem com o receio de contaminação pelo ar em espaços públicos. No entanto, uma nova pesquisa da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, demonstrou que o ar dentro de aviões e até mesmo em hospitais contém, em sua maioria, micróbios inofensivos normalmente associados à pele humana.

Para chegar a esses resultados, os pesquisadores utilizaram máscaras faciais usadas e um filtro de ar de aeronaves, tanto em voos domésticos quanto internacionais. Após o pouso, as máscaras eram colocadas em sacos estéreis e enviadas ao laboratório coordenado por Erica M. Hartmann. Para efeito de comparação, também foram coletadas máscaras faciais não utilizadas pelos voluntários durante os voos.

Hospitais foram escolhidos como o segundo local de teste. Após um turno de trabalho, funcionários do hospital enviaram suas máscaras usadas para análise laboratorial.

No total, a equipe identificou 407 espécies microbianas distintas nas amostras, incluindo bactérias comuns da pele e microrganismos ambientais. Apesar de pequenas variações na abundância de cada espécie, as comunidades microbianas presentes no ar de hospitais e aviões mostraram-se muito semelhantes.

Alguns micróbios potencialmente causadores de doenças também foram detectados, porém em quantidades extremamente baixas e sem evidências de infecção ativa.

"Percebemos que as máscaras faciais podem ser um dispositivo barato e eficiente para coletar amostras de ar, seja para exposições pessoais ou gerais. Extraímos o DNA dessas máscaras e analisamos os tipos de bactérias presentes. De modo geral, as bactérias encontradas eram aquelas normalmente associadas ao ar interno, que por sua vez se assemelha ao microbioma da pele humana", explica Erica M. Hartmann, líder do estudo.

Os resultados indicam que as bactérias predominantes são inofensivas e relacionadas ao contato humano, prevalecendo tanto no ar de aviões quanto no de hospitais. A pesquisa foi publicada na revista científica Microbiome.

"Neste estudo, analisamos exclusivamente o que está presente no ar. A higiene das mãos segue sendo fundamental para prevenir a transmissão de doenças por superfícies. Nosso interesse era entender a exposição das pessoas pelo ar, mesmo considerando a lavagem das mãos", conclui Hartmann.