Vida e Saúde
Morte na academia: especialistas alertam para riscos em equipamentos de musculação
Professores de Educação Física explicam em quais momentos do treino se deve ter uma atenção redobrada
A busca por treinamentos de musculação em academias tem crescido em todo o Brasil. No entanto, mesmo em ambientes controlados e com acompanhamento profissional, o uso de aparelhos pode apresentar riscos. Um exemplo recente é o caso de Ronald José Salvador Montenegro, de 55 anos, que morreu em uma academia de Olinda (PE) após um acidente com equipamento pesado enquanto realizava supino reto com barra livre. A barra, carregada com pesos, escorregou e atingiu o peito do praticante, levando ao óbito.
Quais equipamentos exigem mais atenção?
O colunista do GLOBO e profissional de Educação Física pela Universidade de São Paulo (USP), Marcio Atalla, explica que a maioria dos acidentes em aparelhos de musculação ocorre devido à execução inadequada dos exercícios ou ao uso excessivo de carga.
— Para treinar na academia, é fundamental contar com orientação adequada para executar o movimento corretamente e evitar exageros na carga. Praticamente 100% das lesões decorrem desses fatores — esclarece.
Segundo Atalla, os equipamentos considerados mais perigosos são os de peso livre, como halteres, barras e anilhas. Por não serem fixos, esses acessórios — utilizados em exercícios como agachamento, levantamento olímpico e supino — exigem maior controle e atenção do praticante.
— Os aparelhos de peso "guiado", que são fixos, geralmente oferecem mais segurança ao usuário — complementa o especialista.
No treino com peso livre, é necessário ajustar a carga de acordo com a capacidade individual, o que demanda bom senso e autoconhecimento. Repetições em excesso ou acima do limite podem aumentar o risco de acidentes, tornando indispensável a atenção ao utilizar esse tipo de equipamento.
O mito de "treinar até a falha"
Outro alerta de Marcio Atalla diz respeito à prática disseminada de "treinar até a falha", ou seja, continuar o exercício até o esgotamento total. Segundo ele, essa abordagem pode gerar consequências negativas tanto para iniciantes quanto para frequentadores experientes.
— Sem dúvida, essa ideia de treinar até a falha não é baseada em verdade. É possível obter resultados antes de atingir o limite extremo. Esse tipo de discurso cria pressão, especialmente para quem está começando, e pode levar a acidentes como o ocorrido — observa Atalla.
Para Edson Ramos, professor de Educação Física da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), é fundamental que frequentadores e profissionais de academias tenham responsabilidade na escolha dos pesos, evitando sobrecargas que podem resultar em acidentes graves.
— Este acidente serve de alerta para a necessidade de mais cuidado. Não se deve colocar uma carga acima da capacidade do praticante; isso não é necessário. O corpo humano precisa ser respeitado, pois possui limites. Cabe ao profissional orientar que não é preciso ultrapassá-los — enfatiza Ramos.
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