Vida e Saúde
Pré-diabetes aumenta risco de câncer, aponta estudo publicado na Lancet
Pesquisa com mais de 330 mil pessoas revela que alterações metabólicas prévias ao diabetes tipo 2 elevam o risco de câncer; idade é fator determinante.
Um estudo publicado na revista The Lancet Diabetes & Endocrinology revelou que o risco de desenvolvimento de tumores malignos começa a aumentar ainda na fase do pré-diabetes, antes mesmo do diagnóstico do diabetes tipo 2 — condição em que as células do corpo se tornam resistentes à ação da insulina.
A pesquisa acompanhou mais de 330 mil pessoas pré-diabéticas no Reino Unido ao longo de 20 anos. Os resultados mostraram que a incidência de câncer entre os pré-diabéticos se aproxima da observada em pessoas já diagnosticadas com diabetes: a diferença é de apenas 4 a 5 casos por mil pessoas/ano entre os diabéticos.
De acordo com o cirurgião oncológico Felipe Conde, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), o estudo reforça uma tendência percebida na prática clínica: “Cada vez mais entendemos o câncer como uma doença com forte componente metabólico. O trabalho mostra que processos inflamatórios e hormonais associados ao câncer começam antes do diabetes se manifestar. Ou seja, esperar a instalação do diabetes para agir é esperar tarde demais”, avalia.
Um fator determinante, segundo o estudo, é a idade. Pessoas com menos de 55 anos podem permanecer no estado pré-diabético por até 8 anos. Nessa faixa etária, a probabilidade de desenvolver câncer em 10 anos varia entre 2% e 8%, aumentando conforme a idade avança.
Felipe Conde ressalta que os achados têm impacto direto na prevenção: “O pré-diabetes precisa ser encarado como um sinal de alerta real. Ele não é uma pré-doença inofensiva. É um estado metabólico que já demanda mudança de estilo de vida, alimentação adequada, controle de peso e acompanhamento profissional”.
Para o especialista, quanto mais cedo forem reconhecidos os desequilíbrios metabólicos, maior a chance de evitar o desenvolvimento do câncer. Ele defende ainda a importância de estratégias personalizadas de prevenção, que considerem idade, perfil metabólico e fatores de risco individuais.
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