Vida e Saúde

Internações por gripe atingem nível de alerta em São Paulo

Hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave associada ao influenza A aumentam em todo o estado, mas a capital já está em nível de alerta

Agência O Globo - 23/10/2025
Internações por gripe atingem nível de alerta em São Paulo
- Foto: Reprodução

As hospitalizações por casos graves de seguem aumentando no estado de , de acordo com a nova edição do Boletim InfoGripe da , divulgado nesta quinta-feira (23). Na capital paulista, o aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) associados à infecção por influenza A (vírus causador da gripe) já atingiu o nível de alerta. A análise é referente ao período de 12 a 18 de outubro.

"A vacinação é a principal forma de prevenção contra as formas mais graves e óbitos causados por esses vírus", diz Tatiana Portella, pesquisadora do Programação de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e responsável pelo boletim InfoGripe, em comunicado.

A síndrome respiratória aguda grave, ou simplesmente SRAG, é o termo usado para descrever uma infecção respiratória severa, que pode ser causada por diversos vírus, que ocasiona dificuldade para respirar e lesões nos alvéolos pulmonares (pequenos sacos de ar nos pulmões responsáveis pelas trocas gasosas), o que compromete a oxigenação do sangue. Os sintomas da condição são: dificuldade para respirar, sensação de peso no peito, lábios com cor arroxeada, febre persistente e perda de apetite.

Em outras regiões do país, outros vírus preocupam. No Norte (Acre, Amazônia e Roraima), Rio de Janeiro e em Santa Catarina, por exemplo, o rinovírus se mantém como um dos principais responsáveis pelo aumento de SRAG, especialmente em crianças e adolescentes. No Espírito Santo, os casos associados à Covid-19 em idosos permanecem estáveis, mas ainda em um patamar considerado alto para a região.

Nas quatro últimas semanas, a prevalência de casos positivos foi de 38,8% para rinovírus; 21,1% para influenza A; 15,7% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 7,8% para vírus sincicial respiratório (VSR); e 1,5% pata influenza B. Já a prevalência de óbitos positivos foi de 49,5% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 22,3% para rinovírus; 18,5% para influenza A; 5,4% para VSR; e 3,3% para influenza B.

Cenário nos estados e capitais

De acordo com a análise, seis das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas). São eles: Acre, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina e Tocantins.

Além disso, 11 estados também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Sul e Sergipe.

No Amazonas, o rinovírus mostra sinal de interrupção do crescimento de casos. Em Santa Catarina, para além do rinovírus, o aumento dos casos de SRAG nas crianças de até dois anos também tem sido impulsionado pelo metapneumovírus.

Casos graves de influenza A já mostram sinais de interrupção do crescimento em Goiás e queda no Distrito Federal. Com relação à Covid-19, ainda há a manutenção do aumento das notificações graves nos estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e São Paulo, porém ainda em níveis baixos de incidência.

Em Tocantins, ainda não há dados laboratoriais suficientes para determinar o vírus que tem impulsionado o crescimento de SRAG no estado.

Sobre as capitais, observa-se que seis das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas) com sinal de crescimento de SRAG na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas) até a SE 42: Aracaju (Sergipe), Belém (Pará), Cuiabá (Mato Grosso), Palmas (Tocantins), Rio Branco (Acre) e São Paulo (São Paulo). O aumento de SRAG tem ocorrido principalmente em crianças e adolescentes de até 14 anos. Em São Paulo e Palmas, também há um aumento de SRAG na população idosa.

Além disso, 10 capitais também apresentam incidência de SRAG em níveis de alerta, risco ou alto risco, porém sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Boa Vista (Roraima), Brasília (Distrito Federal), Florianópolis (Santa Catarina), João Pessoa (Paraíba), Manaus (Amazonas), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Luís (Maranhão) e Vitória (Espírito Santo).