Vida e Saúde

Nova variante da gripe detectada na China preocupa cientistas e levanta temor de nova pandemia

Vírus IDV, antes restrito a animais, já teria atingido 74% da população em regiões rurais; especialistas dizem que ele pode se espalhar 'silenciosamente' entre humanos

Agência O Globo - 17/10/2025
Nova variante da gripe detectada na China preocupa cientistas e levanta temor de nova pandemia

Uma nova variante da gripe, identificada como vírus influenza D (IDV), foi detectada na China e está gerando alerta internacional entre cientistas e autoridades de saúde. Pesquisadores temem que o patógeno, originalmente encontrado em gado, tenha desenvolvido a capacidade de se espalhar entre humanos, o que poderia representar uma ameaça global semelhante à de uma pandemia.

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De acordo com o jornal inglês The Sun em publicação desta sexta-feira, o estudo, conduzido por Hongbo Bao e sua equipe do Instituto de Pesquisa Veterinária de Changchun, revelou “taxas de exposição alarmantes” ao vírus em amostras humanas no nordeste da China. Segundo a pesquisa, 74% das pessoas testadas apresentaram sinais de contato com o IDV — e entre aquelas com sintomas respiratórios, a taxa chega a 97%.

Descoberto em 2011 em um porco com sintomas gripais em Oklahoma (EUA), o IDV era até então considerado restrito a animais, principalmente ao gado. Entretanto, análises recentes sugerem que o vírus pode replicar-se em células das vias respiratórias humanas, transmitindo-se pelo ar e pelo contato direto com animais infectados.

Os cientistas alertam que o vírus vem se espalhando “silenciosamente” entre espécies e já foi detectado em cinco continentes, afetando cabras, ovelhas, cavalos, camelos e cães. Segundo o relatório, “infecções subclínicas não observadas podem estar sustentando epidemias em nível populacional”, o que dificultaria o controle e a detecção precoce.

Os pesquisadores também testaram a eficácia de medicamentos antivirais usados contra a gripe comum, mas ainda não há dados conclusivos sobre o quão resistente o IDV pode ser.

— Nossas descobertas indicam que o IDV pode ter adquirido a capacidade de transmissão de humano para humano durante sua evolução contínua, e as cepas atualmente em circulação já representam uma potencial ameaça panzoótica — alertou a equipe.