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'Tremembé': O que é verdade e o que é mentira na série do Prime Video

Produção com Marina Ruy Barbosa conta histórias do dia a dia no cárcere de detentos famosos

Agência O Globo - 04/11/2025
'Tremembé': O que é verdade e o que é mentira na série do Prime Video
- Foto: Divulgação

Desde a estreia no Prime Video, na última sexta-feira, "Tremembé" vem dando o que falar ao dramatizar a vida de criminosos famosos dentro do presídio de mesmo nome no interior de São Paulo. Em cinco episódios, há histórias do dia a dia no cárcere de Suzane von Richthofen (interpretada por Marina Ruy Barbosa) e os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos (Felipe Simas e Kelner Macêdo), Elize Matsunaga (Carol Garcia), Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá (Lucas Oradovschi e Bianca Comparato) entre outros detentos famosos.

'Tremembé':

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A produção, de cinco episódios, foi inspirada nos livros do jornalista Ullisses Campbell "Suzane: assassina e manipuladora” e “Elize Matsunaga: A mulher que esquartejou o marido”. Campbell também foi um dos roteiristas da série e lançou, pouco antes da estreia, outra .

Mas o que é real e o que é ficção na série? Descubra a seguir.

Romance homoafetivo de Cristian Cravinhos: REAL

Cristian Cravinhos, juntamente com Suzane von Richthofen e o irmão, Daniel, foi condenado pelo assassinato de Manfred e Marísia, pais da moça, em 2002. Ele era cunhado de Suzane e entrou no plano arquitetado por ela para matar os pais. Por isso, sua sentença foi de 38 anos e seis meses de reclusão.

Dentro de Tremembé, ele começou um relacionamento com Duda

Nas redes sociais, Cristian critica a forma como é retratado na série, o que ele chamou de "fake news". Campbell, por sua vez, fez um post nas redes sociais mostrando uma calcinha (que teria sido de Cristian na prisão) e uma carta também escrita por ele para Duda. "No jornalismo, um testemunho gravado não basta para publicar uma história, sobretudo quando ela é controversa. Muitas vezes é necessário apresentar provas materiais", escreveu Ullisses.

Entrevista de Suzane com Gugu: REAL

Em março de 2015, quando . Na época, o conteúdo foi muito discutido, principalmente pelo tom sensacionalista.

O apresentador visitou o presídio após receber autorização judicial. A conversa com Suzane foi intermediada por Sandrão, a detenta Sandra Regina Ruiz Gomes, companheira de Suzane naquele momento. Foram pagos R$ 120 mil (R$ 100 para Suzane, R$ 20 mil para Sandrão) para que a gravação acontecesse. Além de dinheiro, a "menina que matou os pais" recebeu três máquinas de costura para refazer a vida quando fosse para o regime semiaberto. Os presentes, no entanto, entraram no centro de uma disputa quando as duas se separaram.

Diálogos da série: NEM TANTO

Apesar de os roteiristas terem se baseado nos livros de Ullisses, que, por suas vez, se baseou em dezenas de depoimentos, a série é uma obra de ficção. Portanto, os diálogos foram escritos tendo em mente que uma série precisa de ritmo narrativo.

Nenhuma obra de ficção, mesmo documental baseada em lembranças, consegue reproduzir com 100% de fidelidade as conversas que, de fato, aconteceram.

Triangulo amoroso entre detentas: REAL

Dentro do presídio, houve, sim, , esta última a detenta Sandra Regina Ruiz. A ordem e intensidade dos fatos foi mexida com propósitos narrativos, mas a história aconteceu nos seguintes termos: Elize teve um curto romance com Sandrão, que, segundo a Veja São Paulo, numa matéria de 2014, durou apenas três dias.

Sandrão, na verdade, se aproximou afetivamente mesmo de Suzane, com quem trabalhava na fábrica de costura da prisão. Ela, então, se separou de Elize e começou a namorar a jovem que mandou matar os pais. Na cadeia, há uma assinatura de termo de compromisso, sem valor legal, que funciona como uma espécie de casamento interno para que a dupla possa frequentar a ala destinada a casais e foi isso que Suzane e Sandrão fizeram: assinaram tal compromisso Assim, em 2014, puderam frequentar o espaço destinado a casais.

Sandra foi uma das responsáveis por convencer Suzane a negociar entrevistas para a TV. Na época da entrevista, Gugu deu três máquinas de costura a Suzane para que ela pudesse recomeçar a vida quando saísse da prisão, afinal, era considerada a melhor costureira de Tremembé. As máquinas, no entanto, foram para a casa de um irmão de Sandra, visto que Suzane não tinha onde deixá-las fora da cadeia.

Este presente de Gugu virou motivo de briga quando as duas se separaram em 2016. Sandrão, já em regime aberto, não quis devolver as máquinas, alegando que foi ela quem convenceu a mulher a falar com Gugu. “A produção do programa entrou em contato comigo e me pediu para convencê-la a dar a entrevista”, contou Sandrão à revista Veja, em 2016. Suzane, no entanto, quis as máquinas de volta afirmando que o presente foi dado para que ela montasse um ateliê de costura quando estivesse em liberdade. Na época, as máquinas valiam R$ 12 mil.