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Nesse domingo (21): As diferentes faces do amor na MPB pelo olhar da psicanálise

Marcos Comaru explora como letras e melodias da música popular brasileira traduzem desejos, dores e plenitudes das relações amorosas na Fundação Maria Luisa e Oscar Americano

Assessoria 17/09/2025
Nesse domingo (21): As diferentes faces do amor na MPB pelo olhar da psicanálise

Até dezembro de 2025, a Fundação Maria Luisa e Oscar Americano convida o público, por meio da série cultural "Relações Amorosas em Pauta”, a acompanhar bate-papos sobre as diferentes percepções, expressões e origens do amor em nossa cultura e coletividade, seja por meio da história, de biografias, da filosofia, da música ou das artes. No próximo domingo, 21 de setembro, às 11h, a palestra, ministrada por Marcos Comaru, é intitulada “As diversas faces do amor na música popular brasileira sob um olhar da psicanálise”. O psicanalista teve a ideia de criar um curso sobre o tema a partir de queixas e letras de músicas que seus pacientes levavam para as sessões -- como forma de nomear vivências e sentimentos comuns. 

A música traduz emoções como poucas linguagens conseguem. Marcos Comaru fala sobre as múltiplas maneiras das canções da MPB se apropriarem dos sentimentos presentes nos diversos tipos de trocas afetivas, explorando suas nuances psicológicas. “Tanto a psicanálise quanto a MPB têm em comum o lugar central da palavra. A música popular brasileira faz da letra e do texto o elemento central da sua construção, diferentemente da canção erudita, por exemplo, em que às vezes você mal entende o que está sendo cantado, porque lá a técnica prevalece”, explica o psicanalista. 

“A MPB é responsável pela transmissão de alta poesia em forma musicável, o que a torna mais palatável ao público”, opina ele. “Temos grandes poetas na MPB como Antônio Cícero, Waly Salomão, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, que têm suas letras recebidas de forma mais prazerosa por conta da melodia. Também por ser um gênero musical que fala das questões mais subjetivas, obviamente muito marcada pela cultura, pelo sujeito, fala muito do amor.” 

No evento, Comaru irá apresentar canções que falam sobre a dificuldade de entender o objeto do nosso amor, “que é um objeto inconsciente, que não dominamos - não sabemos se é a pessoa certa ou não”. “Depois eu parto para analisar canções que vão para o encontro pleno do amor, mostrando vídeos e músicas que abordam a vertente da plenitude que pretendemos alcançar- como a canção É o amor [de Zezé Di Camargo e Luciano]”. 

“Em seguida virão canções populares que mostram as mágoas que o amor coloca, o quanto o amar pode ser uma ilusão. ‘Pra quê rimar amor e dor?’, como o Caetano sabiamente pergunta na música Mora na Filosofia. Existem muitas canções que fazem do amor o pior encontro que pode acontecer pela dor que ele é capaz de promover, como diz Lupicínio Rodrigues – Esses moços, pobres moços / Ah! Se soubessem o que eu sei / Não amavam, não passavam / Aquilo que já passei.” 

E, finalmente, no último momento, o psicanalista trará canções que mostram a percepção entre amor e futuro, “como a ideia de que ‘qualquer tipo de amor vale a pena’ - presente na canção Paula e Bebeto, de Milton Nascimento e Caetano Veloso, ou de que ‘todo amor é sagrado’, mostrando que o amor não necessariamente precisa ter um fim melancólico, mas também pode abrir espaço para outros amores”, conclui ele. 

Sobre o palestrante 

Marcos Comaru é psicanalista. Possui doutorado em Teoria Psicanalítica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2002). Tem experiência na área de Psicologia com ênfase em Tratamento e Prevenção Psicológica. Atua principalmente nos seguintes temas: Psicanálise, Neurose Obsessiva, Defesas. 

SERVIÇO 

Evento: “As diversas faces do amor na música popular brasileira sob um olhar da psicanálise” | Série Relações Amorosas em Pauta 

21 de setembro, domingo, às 11h 

Ingressos à venda on-line, pelo Sympla. R$100.  

Local: Fundação Maria Luisa e Oscar Americano - Av. Morumbi, 4077 - São Paulo  

Funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 17h30. Valet no local (R$25,00).  

Mais informações: https://www.fundacaooscaramericano.org.br/ 

Fundação Maria Luisa e Oscar Americano - Criada em 1974, dois anos após o falecimento de Maria Luisa, a organização é uma contribuição de Oscar Americano à capital do estado. Além da casa em que viveram com os filhos durante 20 anos, a coleção de obras de arte e o extenso parque também foram disponibilizados para a cultura e o lazer dos moradores da cidade de São Paulo. Hoje, essa fundação artístico-cultural oferece ao público visitas guiadas, concertos, exposições, cursos e várias atividades culturais focadas na história do nosso país e nas diversas fases que constituem o Brasil – o objetivo cultural e socioeducativo da Fundação Maria Luisa e Oscar Americano é o seu legado.