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Luis Fernando Verissimo fez história como escritor assim como o pai, Erico Verissimo

Luis Fernando Verissimo (1936-2025) construiu uma carreira consolidada como escritor entre as décadas de 1960 e 2010. O talento parece ter vindo de família, já que seu pai, Erico Verissimo (1905-1975) também é considerado como um dos grandes autores do Brasil.
Curiosamente, porém, o filho afirmou que nunca teve o costume de conversar com o pai sobre literatura, o que teria sido um dos motivos para ter começado a escrever seus textos tão tarde, já com mais de 30 anos. Mas isso não significa que o contato com os livros do pai não estivesse presente de alguma forma.
Em entrevista ao Zero Hora, em 2012, Luis Fernando relembrou: "Muitas vezes eu sentava do lado dele à mesa e já lia quando a página saía da máquina de escrever. Ele escrevia muito rapidamente, deixando espaço entre as linhas. Depois ele mesmo corrigia, acrescentava coisas. Ele mesmo passava a limpo. E eu acompanhava esse processo."
Questionado sobre o que destacaria na obra do pai, respondeu: "Como todo mundo, eu prefiro O Continente. Acho que é o grande livro do pai, da obra inteira dele. E eu gosto muito desse personagem, a Luzia, justamente por ser um personagem completamente deslocado".
Já ao Conversa Com Bial, da TV Globo, anos depois, foi questionado pelo apresentador Pedro Bial: "Você chegou a ler originais de seu pai antes de serem publicados?". "Sim, quando ele começou a escrever O Tempo e o Vento, que é uma trilogia romanceada da história do Rio Grande do Sul, eu acompanhei os primeiros escritos", disse Luis Fernando Verissimo.
O autor também revelou um fator de 'discórdia' entre pai e filho: gaúchos, um torcia para o Grêmio e o outro para o Internacional. "Ele era torcedor de um time chamado Cruzeiro, porque tinha escutado muito na escola, o 'Cruzeiro do Sul'. Quando o Cruzeiro acabou, ele, por alguma razão inexplicável e misteriosa, preferiu o Grêmio em vez do Internacional. A gente não fala disso em casa", relatou.
Quem foi Erico Verissimo
Erico Verissimo morreu em 28 de novembro de 1975, após sofrer um enfarte em sua casa, em Porto Alegre, aos 70 anos de idade. Entre suas principais obras estavam Os Fantoches, seu primeiro livro, Clarissa, seu primeiro romance, Olhai Os Lírios do Campo, a trilogia O Tempo e o Vento, O Continente, O Retrato e O Arquipélago. Em 1954, recebeu o prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra.
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