O Centro Eclético Fluente Luz Universal Sebastião Mota de Melo (Ceflusmme), responsável pela igreja Céu do Mar, divulgou neste domingo um comunicado após a repercussão da reportagem que revelou uma série de denúncias feitas por seguidoras do Santo Daime contra o líder religioso, em atuação na Zona Sul do Rio de Janeiro. No último fim de semana, relatos de mulheres daimistas e de outros frequentadores, que afirmam ter testemunhado práticas abusivas dentro da igreja e em viagens ao exterior, ganharam repercussão nacional e internacional.

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu a prisão preventiva do religioso em 4 de dezembro. Além de ter acesso a documentos e trechos da denúncia, O GLOBO ouviu mulheres e outros frequentadores que relataram casos de violação sexual mediante fraude.

Em comunicado enviado ao O GLOBO, o Ceflusmme confirmou o afastamento do líder religioso, informou que tomou conhecimento das reportagens e declarou que não irá se pronunciar antes da conclusão do caso. O processo tramita em sigilo na 11ª Vara Criminal da Capital e aguarda decisão da juíza Renata Travassos Medina de Macedo. A informação sobre o pedido de prisão preventiva foi confirmada ao jornal por fontes que acompanham o caso.

Em nota, o Ceflusmme afirmou que "tomou conhecimento de conteúdos recentemente divulgados pela imprensa envolvendo alegações de assédio" e que o dirigente já estava afastado de suas funções.

Por respeito às pessoas mencionadas e considerando que o caso tramita em segredo de justiça, a instituição não comentará detalhes sobre fatos que estão sob apuração pelas autoridades competentes. O Ceflusmme repudia de forma inequívoca qualquer forma de assédio, violência ou conduta que viole a dignidade de mulheres e de qualquer indivíduo e reafirma seu compromisso com um ambiente de fé e convivência seguro, respeitoso e acolhedor.

No último fim de semana, nas redes sociais, internautas cobraram um posicionamento da instituição e a adoção de novas normas de conduta.

A instituição reforçou que se manifestará novamente apenas no momento juridicamente apropriado, após a conclusão do trâmite processual.