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Niterói registra menos roubos de celular que Tijuca, mesmo com população três vezes maior

No primeiro semestre, município também teve menos casos do que Botafogo e Barra da Tijuca, ambos no Rio

Agência O Globo - 15/12/2025
Niterói registra menos roubos de celular que Tijuca, mesmo com população três vezes maior
Imagem ilustrativa gerada por inteligência artificial - Foto: Nano Banana (Google Imagen)

Niterói apresentou, no primeiro semestre deste ano, um número de roubos de celular significativamente menor do que a capital fluminense, mesmo com uma população superior à de muitos bairros do Rio. Entre janeiro e junho, foram registrados 226 roubos de celular em Niterói, contra 361 na Tijuca, 333 em Botafogo e 262 na Barra da Tijuca. Nenhum desses bairros possui sequer metade dos habitantes de Niterói. Para efeito de comparação, a Tijuca, na Zona Norte do Rio, conta com 142 mil moradores, de acordo com o Censo 2022, menos de um terço dos 481 mil niteroienses.

A dinâmica criminal em Niterói difere da observada na capital: os crimes se concentram em poucos bairros, enquanto a maior parte da cidade apresenta índices baixos de ocorrência. No caso de roubos de celular, apenas cinco bairros — Centro, Icaraí, Fonseca, Santa Rosa e Ingá — concentraram mais da metade das ocorrências em todo o município.

Por outro lado, 42 dos 51 bairros mapeados tiveram cinco registros ou menos no período analisado. Bairros como Cafubá, Jurujuba, Pé Pequeno e Tenente Jardim não registraram nenhum dos quatro crimes avaliados no primeiro semestre de 2025.

Para compreender melhor a dinâmica da violência, o Mapa do Crime foi desenvolvido como uma ferramenta interativa de monitoramento, reunindo dados inéditos sobre roubos por bairro. Após o lançamento da primeira edição em 2024, voltada para a cidade do Rio, a plataforma chega agora à segunda edição, com dados do primeiro semestre de 2025, abrangendo quatro tipos de crimes — roubos de celular, a transeunte, de veículo e em coletivo — em 147 bairros da capital e 51 de Niterói.

O levantamento foi realizado a partir de microdados obtidos via Lei de Acesso à Informação junto ao Instituto de Segurança Pública (ISP). O órgão divulga mensalmente indicadores por áreas de batalhões e delegacias, que normalmente abrangem diversos bairros. Para uma análise mais precisa, foram solicitados dados referentes ao bairro de cada ocorrência, a menor unidade territorial disponibilizada pelo ISP. É a primeira vez que indicadores criminais no Rio são apresentados com esse nível de detalhamento.