Yuri Garcez Honorato, morto nesta segunda-feira após ter o carro metralhado na Rodovia BR-101, em Campo Grande, Zona Oeste do Rio, era investigado por constituição de milícia privada e posse ou porte de arma de uso restrito, junto a outras nove pessoas. O processo tramita na 1ª Vara Criminal Especializada em Organização Criminosa do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). No ataque, ocorrido próximo ao viaduto Oscar Brito, uma mulher e um bebê que estavam no mesmo veículo também foram baleados.

Letícia de Melo Noronha não resistiu aos ferimentos e morreu. A criança segue internada em estado grave em um hospital da região. De acordo com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), Yuri era suspeito de integrar a milícia liderada por Jefferson Araújo dos Santos, o Chica, que atua em Seropédica, na Baixada Fluminense. Chica foi preso em 29 de abril de 2024.

No início do mesmo mês, o grupo de Chica trocou tiros com integrantes de uma milícia rival comandada por Gilson Ingrácio de Souza Junior, o Juninho Varão, no centro de Seropédica. Na ocasião, Bernardo Paraíso, estudante da Universidade Federal Rural Fluminense, foi atingido por uma bala perdida e morreu. Não há confirmação se Yuri participou desse confronto.

Segundo a polícia, a milícia de Chica, aliada ao Terceiro Comando Puro (TCP), disputa territórios na Baixada Fluminense e na Zona Oeste do Rio com o grupo de Juninho Varão e remanescentes da milícia que foi chefiada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que se entregou à Polícia Federal em dezembro de 2023. Na mesma região, traficantes do Comando Vermelho também tentam controlar comunidades em Campo Grande, atualmente dominadas por milicianos.

De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o crime aconteceu por volta das 23h. O veículo, um Renault Logan branco, foi encontrado em um matagal às margens da pista. O corpo de Yuri estava no banco do motorista. As mortes de Yuri e Letícia são investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).