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Four Seasons chega ao Leblon com hotel de luxo no lugar do antigo Marina Palace

Em 2029, o antigo Marina Palace dará lugar a um empreendimento de alto padrão, com investimento estimado em R$ 600 milhões.

Agência O Globo - 10/12/2025
Four Seasons chega ao Leblon com hotel de luxo no lugar do antigo Marina Palace
Four Seasons chega ao Leblon com hotel de luxo no lugar do antigo Marina Palace

A tradicional cena do letreiro do Hotel Marina, eternizada na canção “Virgem” de Marina Lima e Antonio Cicero, ficará apenas na memória dos cariocas. No lugar do emblemático edifício, surge um novo capítulo para a hotelaria de luxo no Rio de Janeiro. A prefeitura anunciou a chegada da rede Four Seasons ao Leblon, ocupando o espaço do antigo Marina Palace, fechado desde 2017. A marca foi eleita em 2025 a melhor do mundo no segmento pelo Business Traveller Awards.

O novo hotel, previsto para inaugurar em 2029, contará com sacadas sofisticadas, decoração contemporânea e vista privilegiada para a praia e o Morro Dois Irmãos. Todos os quartos terão vista para o mar, e o projeto inclui rooftop com piscina, spa, academia, bares e restaurantes.

O empreendimento é resultado de uma parceria com a gestora de ativos imobiliários Catuaí Asset, que prevê um investimento de R$ 600 milhões. A negociação foi realizada por meio de um FIP (Fundo de Investimento em Participações), estrutura em condomínio fechado cujas cotas só podem ser resgatadas mediante aprovação em assembleia.

Segundo Bernardo Fellows, presidente da Riotur, a chegada do Four Seasons fortalece a confiança do mercado internacional no potencial do Rio e pode impulsionar outros investimentos no setor. Dados do Observatório do Turismo, da Secretaria Municipal de Turismo (SMTUR), mostram que a cidade recebeu 10,4 milhões de turistas nos dez primeiros meses do ano, sendo 82,9% nacionais e 17,1% internacionais.

— Esses números demonstram a força do destino e a demanda crescente por uma oferta de hospedagem cada vez mais qualificada. O anúncio representa mais do que um empreendimento de alto padrão: impulsiona nossa economia, amplia a oferta de serviços turísticos e fortalece o posicionamento do Rio no mapa global do turismo. Para a Riotur, é uma conquista que dialoga diretamente com nosso compromisso de aprimorar a experiência do visitante e promover um crescimento sustentável do setor — afirma Fellows.

A rede canadense Four Seasons havia encerrado sua única operação no Brasil em 2020, em São Paulo. Com a nova unidade, o Rio se torna a porta de entrada da marca no seu retorno ao país.

O prefeito Eduardo Paes destacou a importância do investimento: — A chegada da Four Seasons ao Brasil, começando pelo Rio de Janeiro, é um marco que celebra nossa capacidade de atrair grandes investimentos globais. É motivo de orgulho ver a maior rede de hotéis de luxo do mundo escolher o Rio, mais especificamente o Leblon, como sua casa no país. E vão se instalar em uma orla com uma das mais belas paisagens do Rio.

Entre janeiro e setembro de 2025, o Rio recebeu 1,63 milhão de turistas estrangeiros, um aumento de 51,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. Paes acredita que o novo hotel representa a renovação do potencial turístico da cidade: — Esse movimento confirma o que sabemos: quando o Rio segue a sua vocação, ele impulsiona turismo, negócios e desenvolvimento.

O Leblon, bairro com o metro quadrado mais caro do Rio, segundo a Loft Dados (R$ 16.928), tem atraído investimentos de alto padrão, tanto residenciais quanto corporativos. Alfredo Khouri Jr, sócio-fundador da Catuaí Asset, ressalta o dinamismo do mercado local e o interesse contínuo de marcas internacionais: — O Hotel Marina apresenta características que o posicionam como um ativo singular e alinhado ao perfil dos projetos que buscamos. Acreditamos que o desenvolvimento contribuirá para consolidar ainda mais o papel do Rio no cenário global da hospitalidade.

Entre 2017 e 2025, atrasos nas obras de reforma do antigo Marina Palace resultaram em condenações judiciais à BHG S.A. Hospitality Group, responsável pelo empreendimento. Um multiproprietário, por exemplo, foi indenizado por não conseguir usufruir das semanas anuais de hospedagem a que teria direito.