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Operação do MP prende quatro no Rio, incluindo policial civil suspeito de vazar informações

Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado atua contra milícia em Belford Roxo e Duque de Caxias

Agência O Globo - 09/12/2025
Operação do MP prende quatro no Rio, incluindo policial civil suspeito de vazar informações
Operação do MP prende quatro no Rio, incluindo policial civil suspeito de vazar informações

Quatro pessoas foram presas nesta terça-feira (data), durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro, contra uma milícia que atua em Belford Roxo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Entre os detidos está o policial civil Jaime Rubem Provençano, lotado na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Outro alvo da ação é o policial militar Gilmar Carneiro dos Santos, conhecido como Professor Gilmar, do 39º BPM (Belford Roxo), que ainda não foi localizado. Ambos são suspeitos de vazar informações sobre operações e dar suporte às atividades do grupo criminoso.

Os dois policiais e outras 11 pessoas foram denunciadas à Justiça pelo Gaeco, e todos tiveram a prisão preventiva decretada. Eles responderão pelo crime de constituição de milícia privada. A operação, batizada de Golden Head, conta com apoio das corregedorias das Polícias Civil e Militar. As diligências ocorrem em endereços na Barra da Tijuca e Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, e nos municípios de Belford Roxo e Duque de Caxias, além de unidades prisionais.

Em nota, a Polícia Civil informou que a Corregedoria-Geral da corporação participa da operação com o Ministério Público e que, em relação ao agente denunciado, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão. "As diligências estão em andamento", destacou o comunicado.

Investigação

De acordo com o Gaeco, a investigação revelou que os chefes da milícia são Diego dos Santos Souza, o Cabeça de Ouro, e Carlos Adriano Pereira Evaristo, o Carlinhos da Padaria. Os promotores afirmam que ambos comandavam as ações do grupo criminoso de dentro da cadeia. A cobrança das taxas era gerenciada por Angelo Adriano de Jesus Guarany, o Magrinho, apontado como responsável também por articular a comunicação entre os chefes presos e os cobradores nas ruas.

O grupo paramilitar é acusado de cometer extorsões contra comerciantes e mototaxistas, além de registros de torturas, execuções e disputas armadas por território. A atuação se concentrava nos bairros Wona, Lote XV e Vale das Mangueiras, em Belford Roxo, e no bairro Pantanal, em Duque de Caxias.

As investigações reuniram provas sobre a existência de controle financeiro, prestação de contas e ordens transmitidas por mensagens entre os integrantes da milícia. A apuração também identificou disputas armadas com um grupo rival, registros de traições, coações de integrantes e planejamento de ataques.