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Caso Rodrigo Bacellar: como votaram deputados de direita e esquerda sobre a prisão

No PL, três parlamentares votaram pela manutenção da prisão; enquanto no PT uma deputada contrariou a posição do partido e votou pela soltura

Agência O Globo - 09/12/2025
Caso Rodrigo Bacellar: como votaram deputados de direita e esquerda sobre a prisão
Rodrigo bacellar - Foto: Reprodução / Instagram

Nesta segunda-feira, nos corredores da Alerj, a aprovação do texto pela soltura do deputado Rodrigo Bacellar (União) — preso desde a última quarta-feira pela Polícia Federal, suspeito de vazar dados sobre uma operação dos agentes contra o deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias — era dada como certa. De fato, essa foi a deliberação do plenário, que por 42 votos a 21 referendou o texto pela liberdade do parlamentar. Apesar disso, a votação reservou algumas surpresas: deputados da direita, alinhados ao campo ideológico de Bacellar, votaram contra a medida, enquanto na esquerda houve quem tenha apoiado o relaxamento da prisão.

No PL, partido de orientação à direita do qual Bacellar é um dos expoentes no estado, três deputados votaram pela manutenção da prisão: Douglas Gomes, Célia Jordão e Márcio Gualberto. Outro deputado da legenda, o Delegado Carlos Augusto, optou pela abstenção. Ao final, o partido garantiu 13 votos a favor de Bacellar.

Entre os partidos de esquerda, também houve divergência. A deputada Carla Machado (PT), ex-prefeita de São João da Barra, votou sim, ou seja, apoiou o projeto de resolução que determina a soltura de Bacellar. O voto contrariou a orientação do partido, que havia decidido pela manutenção da prisão. Os outros cinco parlamentares da bancada petista na Alerj votaram contra a liberação do deputado.

O União Brasil, partido de Rodrigo Bacellar, não registrou votos contrários ao parlamentar preso, mas teve duas ausências: Filipe Soares e Vinicius Cozzolino. A ausência de Cozzolino, que integra a CCJ, foi interpretada como um movimento político calculado. Aliados afirmam que o deputado preferiu não se comprometer nem com a base do partido nem com articulações políticas em curso com o prefeito do Rio, Eduardo Paes.

O deputado Douglas Gomes (PL), que votou pela manutenção da prisão de Rodrigo Bacellar, relatou ter sofrido pressões para se posicionar contra a detenção. Atualmente vereador em Niterói e suplente na Assembleia, ele afirmou:

— O Partido Liberal me deu autonomia para escolher se votaria pela manutenção da prisão ou pela soltura. Sofri muita pressão. Sou deputado suplente, posso não estar mais nesta Casa amanhã, mas sou vereador, tenho mandato em Niterói e vou ter microfone. Então, se não estiver mais aqui, vou falar o que tiver que falar.

Sobre o fato de deputados de esquerda terem votado pela soltura de Bacellar, Flávio Serafini (Psol) explicou:

— A principal questão era avaliar a solidez das acusações. Para nós, elas eram muito sólidas. Nossa bancada votou de forma unânime pela manutenção da prisão, por entender que a situação é muito grave. Outros deputados avaliaram de forma diferente ou têm compromissos políticos distintos.