Em uma sessão marcada por tensão e controvérsias, 65 deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) decidiram, nesta segunda-feira, pela soltura do deputado Rodrigo Bacellar. O placar registrou 42 votos favoráveis, 21 contrários e duas abstenções; quatro parlamentares, além do próprio Bacellar, não compareceram à votação.

O ambiente da votação foi ainda mais conturbado pela restrição de acesso da imprensa, que ficou posicionada apenas em uma das laterais do plenário, dificultando a interlocução com os parlamentares. Outro fator que gerou críticas foi a ausência da transmissão ao vivo em TV aberta da votação no plenário — a sessão foi exibida somente no canal online da TV Alerj. Além disso, o tradicional painel eletrônico que exibe os votos nominais de cada deputado não foi utilizado.

Resultado da votação:

Durante a manhã, a reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que definiu o Projeto de Resolução, foi transmitida normalmente na TV aberta e pelo YouTube da TV Alerj. Já a votação em plenário, com a participação dos 65 deputados, ficou restrita ao canal digital.

O acesso dos jornalistas ao plenário foi limitado, permitindo-se apenas a permanência em uma lateral oposta à entrada e saída dos deputados, o que comprometeu o acompanhamento mais próximo dos trabalhos. Tradicionalmente, a imprensa circula pelas laterais e pelo fundo do plenário, o que não ocorreu nesta sessão.

Ausência do painel de votos e bate-boca no plenário

A ausência do painel que exibe os votos dos parlamentares, geralmente apresentado em um telão com nomes, partidos e posições, chamou atenção e foi alvo de questionamento da deputada Dani Balbi, que solicitou a divulgação dos votos ao final da sessão.

Segundo a Alerj, o Regimento Interno determina que, em votações nominais, não é obrigatório o uso do painel eletrônico, sendo este utilizado apenas em votações eletrônicas.

Nota oficial da Alerj

Em nota, a Alerj afirmou ter dado "total transparência a todo o procedimento de votação realizado nesta segunda-feira (08/12)". Segundo o comunicado, a imprensa teve acesso pleno à reunião da CCJ, transmitida ao vivo, e pôde acompanhar os trabalhos no plenário "sem qualquer restrição até a conclusão das votações".

A nota acrescentou que os jornalistas permaneceram no mesmo espaço habitual de cobertura das sessões plenárias e que tanto a reunião da CCJ quanto a sessão de votação foram transmitidas pela TV Alerj.