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Quatro deputados não participam da votação na Alerj sobre prisão de Rodrigo Bacellar; saiba quem são

O deputado Rodrigo Bacellar (União) foi preso pela Polícia Federal na semana passada e está em uma cela de quatro metros quadrados na Superintendência da PF do Rio

Agência O Globo - 08/12/2025
Quatro deputados não participam da votação na Alerj sobre prisão de Rodrigo Bacellar; saiba quem são
Rodrigo Bacellar - Foto: Reprodução / Instagram

A sessão que analisou o caso do presidente afastado da Alerj, Rodrigo Bacellar (União Brasil), teve início em clima de tensão nesta sexta-feira. Para organizar o debate, deputados acordaram que três representantes de esquerda e três de direita fariam discursos antes da votação. O primeiro a se pronunciar foi Flávio Serafini (Psol), seguido por Alexandre Knoploch (PL). Bacellar foi preso pela Polícia Federal na semana passada e encontra-se em uma cela de quatro metros quadrados na Superintendência da PF no Rio.

Prisão de Bacellar:

Dos 69 deputados, cinco não participaram da votação — quatro ausentes e um licenciado. Entre eles, o próprio Bacellar, detido por determinação do ministro Alexandre de Moraes. Os parlamentares ausentes foram Felipe Soares (União Brasil), Vinicius Cozzolino (União Brasil), Cláudio Caiado (PSD) e Dionísio Lins (PP).

A assessoria de Dionísio informou que o deputado já estava afastado anteriormente, cumprindo licença médica de 15 dias, entre 4 e 18 de dezembro, para tratar de problemas coronarianos.

Ausências chamam atenção no União Brasil

Nos bastidores, as ausências no União Brasil, partido de Bacellar, foram as que mais repercutiram. A não participação de Vinicius Cozzolino, membro da CCJ, foi interpretada como movimento político calculado. Aliados afirmam que o deputado preferiu não se comprometer nem com a base do partido nem com articulações que vem construindo com o prefeito do Rio, Eduardo Paes. O deputado Carlos Minc (PSB) votou em seu lugar na reunião.

A disputa em torno dos royalties do petróleo também pesou na decisão. Cozzolino é irmão do prefeito de Magé, Renato Cozzolino, município diretamente envolvido nas recentes negociações sobre a redistribuição dos recursos.

No início da semana, os prefeitos do Rio, Maricá, São Gonçalo, Magé e Guapimirim assinaram um acordo interfederativo para reordenar a divisão dos royalties, em um gesto considerado histórico para o Leste Fluminense.

Estratégia para evitar desgaste político

Segundo interlocutores, outros deputados também evitaram comparecer para não se indispor com suas bases eleitorais e, ao mesmo tempo, não criar atritos diretos com Bacellar, ainda influente na Casa.

A avaliação geral é de que as ausências foram cuidadosamente calculadas diante do forte desgaste político e das incertezas sobre os próximos desdobramentos do caso.