RJ em Foco
Deputados do PL anunciam voto pela manutenção da prisão de Bacellar
Mudança de posicionamento de parlamentares da direita altera cenário e preocupa aliados de Bacellar às vésperas da votação
A poucas horas da votação que decidirá o futuro do presidente afastado da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), dois deputados do PL anunciaram publicamente que votarão pela manutenção da prisão. As manifestações de Márcio Gualberto e Douglas Gomes — expoentes da direita na Casa — ampliaram a preocupação no núcleo político mais próximo de Bacellar, que atua nos bastidores para garantir apoio à libertação.
Douglas Gomes, um dos nomes mais atuantes da direita fluminense, afirmou em vídeo que votará “de acordo com aquilo que acredita ser certo”. “Essa não será uma decisão tomada a partir de critérios pessoais, mas em conformidade com o que acho correto e com o desejo dos meus eleitores”, publicou o parlamentar em suas redes sociais.
Márcio Gualberto, presidente da Comissão de Segurança da Alerj, também declarou voto pela manutenção da prisão. Pela manhã, ele acompanhou o governador Cláudio Castro durante a formatura de 276 novos policiais penais, no Espaço Hall, Gardênia Azul — local próximo à comunidade onde, segundo investigações, TH Jóias, apontado pela Polícia Federal como influente na cúpula do Comando Vermelho, teria atuado para retirar um posto policial.
Gualberto é considerado um dos deputados mais próximos de Castro e presença constante em agendas de segurança pública ao lado do governador. Já Douglas Gomes, identificado com o bolsonarismo, tem histórico de confronto direto com a esquerda, mas mantém postura firme na defesa das prerrogativas parlamentares.
Nos bastidores, interlocutores do PL avaliam que o movimento dos dois deputados busca afastar qualquer associação do partido a interesses criminosos. A preocupação é que um voto favorável à soltura de Bacellar possa ser interpretado como alinhamento indireto ao Comando Vermelho, organização envolvida no caso que motivou a prisão.
A sinalização pública de Gualberto e Gomes acendeu um alerta entre aliados de Bacellar. Até o fim de semana, estimava-se que o presidente afastado da Alerj poderia contar com cerca de 50 votos no plenário — número suficiente para reverter a prisão. O cenário, porém, passa por reconfiguração. Deputados próximos ao dirigente tentam recompor apoios e evitar novas deserções.
Aliados temem que a manifestação dos deputados do PL influencie a decisão de outros parlamentares e prejudique a soltura de Bacellar.
Na sexta-feira, o presidente estadual do PL, Altineu Cortes, liberou a bancada para votar conforme o entendimento pessoal de cada deputado. Desde então, partidos de esquerda anunciaram posição unificada pela manutenção da prisão. O PSD, partido do prefeito Eduardo Paes, orientou seus parlamentares nesse sentido, assim como PSOL, PT, PCdoB e PSB.
O MDB, maior sigla de centro-direita da Alerj, também aderiu ao movimento. O líder da bancada, Rosenverg Reis, afirmou que orientou os deputados do partido a votarem pela manutenção da prisão de Bacellar.
A votação está marcada para as 15h desta segunda-feira.
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