RJ em Foco
Esquerda fecha voto para manter prisão do presidente da Alerj após reunião
Parlamentares da base do governo também podem apoiar decisão pela manutenção da prisão de Rodrigo Bacellar
Em reunião realizada na manhã desta quinta-feira, logo após a sessão, 12 deputados de partidos de esquerda — PT, PSB, PCdoB e PSOL — decidiram votar pela manutenção da prisão de Rodrigo Bacellar e pelo seu afastamento da presidência da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Integrantes do grupo afirmam que parte da base do governo Cláudio Castro também pode aderir à decisão, apesar de haver divisão sobre o futuro da Mesa Diretora.
A deputada Renata Souza (PSOL), presente no encontro, inicialmente demonstrou dúvidas sobre o posicionamento a ser adotado. “Uma notícia que nos surpreende e, obviamente, o partido vai tomar a decisão que for cabível nesse sentido. A gente está vendo com muito critério a situação para tentar entender”, declarou à TV Globo.
Após a deliberação interna, Renata reforçou ao jornal O Globo que o grupo optou por apoiar a manutenção da prisão: “As acusações são gravíssimas. Ficamos sabendo pela imprensa e ainda não tivemos acesso aos autos, mas o que foi divulgado até agora já é muito grave. O partido vai analisar todos os critérios e não vamos permitir interferência política. Confiamos na investigação e no trabalho da polícia”, afirmou.
Carlos Minc (PSB), que também participou da reunião, destacou que a decisão está consolidada e se baseia em indícios de possível conivência com o crime organizado. “Estamos falando de uma possível conivência com o Comando Vermelho. Nós, da esquerda, vamos votar pela manutenção da prisão e pelo afastamento. O deputado Bacellar tem direito à ampla defesa, mas o que já foi divulgado mostra proximidade com alguém que vendeu armas e drones para a facção”, disse.
Minc ressaltou ainda que o episódio gera constrangimento entre parlamentares bolsonaristas da Alerj. “Deputados da direita, que dizem combater o crime, estão muito incomodados, porque isso atinge diretamente o discurso deles. Queremos analisar o processo inteiro, respeitando a presunção da inocência, mas não se pode manter conivência nem frear investigações da Polícia Federal e do Supremo”, pontuou.
Além dos votos da esquerda, Minc acredita que alguns parlamentares da base do governo devem apoiar a manutenção da prisão, embora ainda haja divisão quanto à permanência de Bacellar na presidência. “Nossa posição é impedir qualquer aproximação do Poder Legislativo com o Comando Vermelho. Essa sigla não é partido, não pode ser objeto de negociação”, ironizou.
O deputado também avaliou que a crise pode influenciar o julgamento previsto para fevereiro e reconfigurar o cenário político da Casa. “Há muito debate na base. Alguns discutem até quem assumiria a presidência caso haja nova eleição. Mas há quem avalie que o STF pode resolver antes essa questão, o que evita desgaste interno”, concluiu.
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