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Cúpula do governo do Rio comenta prisão de TH Jóias e suposto vazamento de operação

Caso ganha novo destaque após prisão do presidente da Alerj, acusado de alertar deputado sobre ação policial.

Agência O Globo - 03/12/2025
Cúpula do governo do Rio comenta prisão de TH Jóias e suposto vazamento de operação
TH Jóias - Foto: Reprodução / Agência Brasil

Desde a operação que resultou na prisão do então deputado estadual Tiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, membros da alta cúpula do governo do Rio de Janeiro se manifestaram sobre o episódio e a possível infiltração do Comando Vermelho na política fluminense. O caso voltou a repercutir nesta quarta-feira com a prisão do presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), acusado de ter vazado ao colega deputado informações sobre a operação que resultaria em sua detenção no dia seguinte.

O governador Cláudio Castro (PL) afirmou não ter responsabilidade pela chegada de TH Jóias à Alerj. Segundo Castro, ele não mantinha contato pessoal com o parlamentar e destacou que a posse de TH ocorreu devido à morte de Ottoni de Paula, sendo que o primeiro suplente, Rafael Picciani, já estava em outra função. "Foi Deus que levou o Ottoni, não eu", declarou o governador em entrevista ao GLOBO, em novembro.

O secretário de Segurança Pública, Victor Cesar Santos, reconheceu o constrangimento causado pelo caso, especialmente pela participação de TH Jóias em eventos do governo. Em entrevista ao programa Roda Viva, também em novembro, Santos relatou que avisou ao governador na véspera da prisão do deputado, mas que Castro preferiu não receber detalhes da investigação. "O governador nunca se envolveu nisso, muito pelo contrário. Disse: 'Faça o que tiver que fazer e seja com quem for'. Ele só foi comunicado porque assim procede: 'Eu não quero saber de detalhes da investigação'", relatou o secretário.

Felipe Curi, secretário de Polícia Civil, responsável pela primeira prisão de TH Jóias em 2017, afirmou que sempre soube da associação do parlamentar com o crime organizado. "O deputado, eleito para representar a sociedade, colocou seu mandato a serviço da maior facção criminosa do Rio de Janeiro. A operação é mais uma demonstração de que não haverá blindagem política para criminosos: seja o traficante armado na favela ou de terno na Assembleia, a resposta do Estado será a mesma. Precisamos tirar essas pessoas de circulação porque são extremamente perigosas. Não podem ter esse tipo de alcance. Usam o cargo e o tráfico de influência para se fortalecer dentro da facção criminosa", afirmou Curi.