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PF aponta indícios de participação do presidente da Alerj em organização criminosa, diz Moraes

Ministro do STF destaca fatos 'gravíssimos' ao decretar prisão preventiva de Rodrigo Bacellar

Agência O Globo - 03/12/2025
PF aponta indícios de participação do presidente da Alerj em organização criminosa, diz Moraes
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) - Foto: Reprodução / Agência Brasil

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a Polícia Federal (PF) apresentou fortes indícios de que o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), integra uma organização criminosa. A avaliação foi feita na decisão em que Moraes determinou a prisão preventiva de Bacellar.

"Os fatos narrados pela Polícia Federal são gravíssimos, indicando que Rodrigo da Silva Bacellar estaria atuando ativamente para obstruir investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo estadual, capazes de potencializar o risco de continuidade delitiva e de interferência indevida nas investigações da organização criminosa. No caso em tela, em relação ao deputado estadual Rodrigo da Silva Bacellar, são fortes os indícios da sua participação em organização criminosa", afirmou o ministro em sua decisão.

De acordo com a PF, Bacellar teve conhecimento prévio de uma operação policial contra o deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, e o avisou, orientando ainda a retirada de objetos do local.

"O deputado estadual Rodrigo Bacellar, presidente da Alerj, toma ciência prévia da ação policial, conversa com o principal alvo de tal ação e ainda o orienta sobre a retirada de objetos de interesse da persecução da residência", detalhou a representação da PF.

A prisão

Rodrigo Bacellar foi preso pela PF durante uma operação destinada a combater o envolvimento de agentes públicos no vazamento de informações sigilosas da investigação que levou à prisão de TH Jóias. Segundo a PF, a ação ilegal causou obstrução na investigação da Operação Zargun. O envolvimento do presidente da Alerj foi identificado após análise de material apreendido em uma operação realizada em setembro. Bacellar foi detido na sede da PF, para onde havia sido chamado sob o pretexto de uma "reunião" com o superintendente.

Agentes da PF cumprem um mandado de prisão preventiva, oito mandados de busca e apreensão e um mandado de intimação para cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

No dia da Operação Zargun, a Polícia Federal informou que instauraria um inquérito para apurar o possível vazamento da ação. A suspeita surgiu porque TH Jóias deixou sua residência na noite anterior à operação que resultaria em sua prisão, sendo posteriormente localizado em outro endereço.