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Governador descarta envolvimento de policial em decapitação durante operação no Alemão e Penha

Cláudio Castro classificou a acusação como 'absurda' e afirmou que a Polícia Civil investiga o caso

Agência O Globo - 17/11/2025
Governador descarta envolvimento de policial em decapitação durante operação no Alemão e Penha
Foto: © telegram SputnikBrasil / Acessar o banco de imagens

O governador Cláudio Castro declarou nesta segunda-feira que considera “impossível” que a população acredite na suspeita de que um policial teria decapitado um dos 117 suspeitos mortos na operação realizada em 28 de outubro, no Complexo do Alemão. Segundo o governador, o episódio — divulgado por imagens nas redes sociais — teria sido provocado pelos próprios traficantes rivais.

— Ninguém acredita que o policial tenha cortado a cabeça do bandido. Eu creio que os criminosos decapitaram ele para jogar na conta do Estado — afirmou Castro, durante entrevista coletiva sobre o caso.

O governador classificou a acusação como “absurda” e ressaltou que a Polícia Civil está investigando o episódio. Ele reforçou que, em sua visão, não há dúvidas de que a ação foi praticada por rivais do criminoso morto, numa tentativa de comprometer a atuação das forças de segurança.

A declaração ocorre duas semanas após Yago Ravel Rodrigues Rosário, de 19 anos, ter sido reconhecido pelos pais no Instituto Médico-Legal (IML) com a cabeça separada do corpo. O jovem foi uma das 121 pessoas mortas — além dos 117 suspeitos, quatro policiais também morreram em confronto — na operação conjunta nos complexos da Penha e do Alemão, considerada a mais letal já registrada no Rio de Janeiro e no país.

No dia 30 de outubro, o jornal O GLOBO relatou que a família aguardava a confirmação da identidade do corpo de Yago. A mãe, Raquel Rodrigues, só conseguiu fazer o reconhecimento após a intervenção da Comissão de Direitos Humanos. Ao ver o filho, confirmou que ele estava decapitado.

O pai do rapaz, Alex Rosário, afirmou ter encontrado o corpo dentro de um saco plástico, “completamente sujo” e com forte odor de decomposição. No laudo entregue à família, constavam lesões nos pulmões, no estômago e a mutilação da cabeça.