O prefeito Eduardo Paes disse nesta quinta-feira que pediu um estudo para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) para reavaliar os horários de circulação de caminhões na Linha Amarela e em outros corredores de grande circulação da cidade. A declaração foi dada ao avaliar a sucessão de incidentes ocorridos esta manhã em túneis do Rio, sendo que em dois deles — Covanca e Santa Bárbara — os reflexos foram provocados por acidentes envolvendo caminhões em seus acessos. No Rebouças, foi em consequência de incêndio em um ônibus.

Túnel Rebouças:

Rocinha, Cidade de Deus, Complexo de Israel e Maré

—Ainda é muito cedo para dizer se algo vai mudar. O Rio já tem uma série de restrições a circulacão que interferem no abastecimento. Tivemos uma iniciativa ano passado na Avenida Brasil e tivemos que recuar — afirmou Paes.

Prefeito pediu desculpas à população pelos transtornos. E, sobre o incidente no Rebouças, disse que equipes estão avaliando as condições estruturais do túnel. O prefeito confirmou ainda que a reabertura do túnel deve ocorrer em até duas horas. Ele disse que as equipes da prefeitura estão checando criteriosamente a estrutura para evitar riscos.

Hoje, o tráfego de caminhões na Linha Amarela é proibido das 6h às 11h e das 17h às 21h de segunda a sexta-feira; e das 6h às 14h aos sábados.

Megaoperação no Rio:

Acidentes com caminhões

Pouco antes das 7h um motorista de caminhão perdeu o controle do veículo que bateu contra uma árvore na Rua Pinheiro Machado, na altura do número 109, no sentido Centro, com reflexo no Túnel Santa Bárbara. A equipe da CET-Rio foi acionada e por volta das 9h, o trânsito foi liberado. Na Linha Amarela, altura da Covanca, outro acidente com caminhão que transportava uma carga de frangos prejudicou os deslocamentos no sentido Barra da Tijuca.

Túnel Rebouças segue fechado

O caso mais grave foi do Rebouças, tendo sido classificado pelo Centro de Operações e Resiliência (COR-Rio) da Prefeitura, no começo da manhã, como sendo de alto impacto. Um grande congestionado se formou com o fechamento elevados Engenheiro Freyssinet (Elevado Paulo de Frontin) e Rufino Pizarro às 7h30. As pistas no sentido Centro também foram fechadas, não por conta do incêndio, mas para a abertura de pontos de retorno para os motoristas presos no trânsito, mudança que impactou a Zona Sul e até a Praça da Bandeira. Foram afetadas 12 linhas de ônibus (110, 112, SV112, 161, 163, 416, 439, 460, 461, 463, 473, 585).

Desde as 9h40, os motoristas podem acessar o Elevado Engenheiro Freyssinet pela Avenida Francisco e pela Praça da Bandeira. O COR-Rio destaca que o Túnel Santa Bárbara e o Aterro do Flamengo são rotas alternativas para chegar à Zona Sul.

Às 8h25, o incêndio já havia sido controlado, e era feito o trabalho de rescaldo.

— O incêndio aconteceu por volta de uns 300 metros da entrada da primeira galeria. A dificuldade que a primeira unidade dos bombeiros, que foi o Quartel do Humaitá, mais próximo, teve foram os carros. As pessoas se assustaram, obviamente, com o incêndio, e largaram os carros dentro da galeria do túnel, o que dificultou a passagem da nossa viatura de combate a incêndio. Mas, o mais importante, é que a gente não tem vítimas nessa ocorrência, incêndio controlado — disse o porta-voz dos bombeiros, Fábio Contreiras, em entrevista ao "Bom Dia Rio", da TV Globo.

Apoiado em duas muletas, o motorista Fábio Gomes levava o filho e a esposa para compromissos na Zona Sul do Rio, quando foi surpreendido pelo incêndio no túnel. Ele conta o susto com a cena, e da ajuda que teve de um outro condutor para deixar o local à medida que era tomado por fumaça.

— Estava indo levar meu filho na escola, no Pedro II, porque ele tem aula hoje. E minha esposa trabalha em Botafogo. Eu estava a 70 metros distante do ônibus. Já vi o ônibus pegando fogo, aí começaram a sair dos carros, não tinha como sair pulando (pelos carros). Tinha um rapaz de moto, eu pulei na moto dele, e ele me trouxe até a boca do túnel.

Fábio Gomes é um dos motoristas que aguarda para retirar o veículo do túnel. Equipes da CET-Rio, Guarda Municipal, RioLuz, SEOP, Secretaria Municipal de Infraestrutura e Comlurb estão no local. A Defesa Civil Municipal também foi acionada.

— Só vi o desespero das pessoas. Vi o pessoal saindo do ônibus que estava pegando fogo, dava para ver. Eu estava numa distância boa, dava para ver do carro, estava com o fogo bem alto — conta Gomes, que estava de muletas.

Uma moradora do Humaitá relatou que demorou 1h20 para chegar ao Centro. Nas redes sociais havia muitas queixas. "Devido ao incêndio, trânsito totalmente parado no Elevado Paulo de Frontin. Estou há 20 minutos no mesmo local", postou um internauta. "Lugar amaldiçoado", reclamou outro.