A Prefeitura do Rio de Janeiro apresentou, nesta quinta-feira, o projeto para a construção de um novo autódromo internacional na cidade. O empreendimento será erguido em um terreno privado em Guaratiba, na Zona Oeste, e está planejado para funcionar como um espaço multiúso, com capacidade para receber até 120 mil pessoas por meio de arquibancadas provisórias.

O circuito terá 4,71 quilômetros de extensão, com velocidade média estimada para a Fórmula 1 de 241 km/h, e cada volta deverá ser completada em 1m09s50. O traçado será no sentido anti-horário e contará com dez curvas.

De acordo com o prefeito Eduardo Paes, “São Paulo aumenta o volume que a Fórmula 1 vai voltar para o Rio”, desafiando a hegemonia do circuito paulista.

A cidade do Rio não conta com um autódromo desse porte desde a demolição do Autódromo Internacional Nelson Piquet, em 2012, que deu lugar ao Parque Olímpico da Barra — principal palco das Olimpíadas de 2016. A última vez que a capital fluminense recebeu uma etapa da F-1 foi em 1989.

O projeto será conduzido pelo grupo RockinWorld, responsável por eventos como Rock in Rio e The Town. A previsão é que as obras comecem no primeiro trimestre de 2026, com duração de dois anos. O terreno escolhido chegou a ser cogitado para sediar uma missa do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, em 2012, mas o evento foi transferido para Copacabana devido a um forte temporal que deixou a área alagada. Para evitar novos problemas, o projeto prevê a construção de pontos de acúmulo e drenagem de água.

A expectativa é de que o autódromo seja concluído em 2028. Nos próximos dias, será encaminhado o pedido de licenciamento ambiental do empreendimento. Além das competições esportivas, o complexo contará com um centro de convenções e espaços para feiras.

Inspirado no modelo de Silverstone, na Inglaterra, o projeto inclui a construção de uma vila onde fãs poderão se hospedar e testar automóveis de corrida.

Segundo Paes, “conseguimos aliar uma série de elementos importantes para a economia do Rio. O projeto será totalmente financiado pela iniciativa privada, sem uso de recursos públicos, por meio de uma operação urbana que envolve a negociação do potencial construtivo da área para outras regiões da cidade, especialmente na Barra da Tijuca.”

O prefeito destacou ainda que, em vez de erguer torres residenciais em Guaratiba, o objetivo é investir em grandes equipamentos urbanos, evitando a expansão desordenada para a Zona Oeste.

O projeto foi apresentado na véspera do fim de semana do GP Brasil de Fórmula 1, em Interlagos, São Paulo. Embora o novo autódromo tenha potencial para receber provas da F-1, o contrato com os promotores do evento em São Paulo está vigente até 2030.