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PF afasta quatro policiais federais e um PM suspeitos de extorsão a empresário no Rio

Operação Mundemus é desdobramento da investigação sobre quadrilha de tráfico internacional de armas

Agência O Globo - 06/11/2025
PF afasta quatro policiais federais e um PM suspeitos de extorsão a empresário no Rio
- Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (6) a Operação Mundemus, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa formada por três policiais federais e um policial militar, suspeitos de extorquir um empresário no Rio de Janeiro. A ação contou com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) e da Corregedoria da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Segundo a PF, o grupo é acusado de exigir pagamentos mensais em dinheiro para evitar a instauração de um inquérito policial contra o empresário. Além da cobrança de propina, os agentes teriam fornecido ao empresário uma carteira funcional e um distintivo falsificados da Polícia Federal, para que ele pudesse se passar por policial.

Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços vinculados aos agentes investigados nas seguintes localidades: Jacarepaguá (residência do empresário), Barra da Tijuca (residência do policial federal aposentado), Tijuca (residência do policial federal), Penha (residência de outro policial federal) e Niterói (residência do policial militar).

A investigação teve início a partir do compartilhamento de provas coletadas durante a Operação Cash Courier, deflagrada em março deste ano. Na ocasião, a PF investigou uma quadrilha de tráfico internacional de armas, liderada por um policial federal aposentado. A análise do material apreendido revelou indícios de um novo grupo criminoso, formado pelos quatro agentes agora afastados.

Nesta quinta-feira, os investigadores cumpriram cinco mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro. A Justiça determinou medidas cautelares aos suspeitos, incluindo o afastamento das funções públicas, entrega de armas, distintivos e carteiras funcionais, proibição de deixar o país e o município de residência sem autorização judicial, além da proibição de contato entre os investigados.

Durante as buscas, a PF informou ter prendido em flagrante o empresário alvo da extorsão, após encontrar em sua residência, em Jacarepaguá, uma arma, munições, uma carteira funcional e um distintivo falsificados da PF, além de um carro blindado equipado com sirene e giroflex.

Os investigados — entre eles os agentes federais e o policial militar — foram indiciados pelos crimes de organização criminosa, extorsão majorada pelo concurso de pessoas, falsidade ideológica de documento público, falsificação de selo ou sinal público e violação de sigilo funcional.

A Operação Mundemus foi conduzida pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro, que reforçou, em nota, o compromisso de combater a corrupção e práticas ilícitas, inclusive dentro das próprias instituições.