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Fusão entre hospitais Gaffrée e Guinle e Servidores deve acontecer na primeira quinzena de dezembro; entenda
Integração faz parte do plano de reestruturação dos hospitais federais no Rio; novo plano prevê que as unidades passem a funcionar no mesmo endereço sob gestão com a Ebserh
Após 340 dias de lentidão burocrática desde a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) pelo Ministério da Saúde em novembro do ano passado, a fusão inédita que criará o "megahospital" no Rio de Janeiro finalmente avança. Os planos para unir o Hospital universitário Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG/Unirio) e o Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE) entraram em fase de formalização. O sinal verde foi dado nesta terça-feira (5), quando o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Adriano Massuda, reuniu-se com representantes das unidades para detalhar a etapa decisiva: a cessão de prédio, equipamentos e pessoal do HFSE à Unirio.
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Segundo fontes do executivo, esse passo é crucial para, em seguida, assinar o contrato de gestão com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que assumirá o comando do complexo. O projeto prevê ainda que os dois hospitais funcionem juntos no mesmo endereço, na Rua Sacadura Cabral, no bairro da Saúde, com uma capacidade total de 500 leitos.
Fontes do Ministério afirmam que a expectativa é que a assinatura do documento ocorra até a segunda semana de dezembro e seja marcada por uma cerimônia com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e outras autoridades. Enquanto isso, reuniões técnicas já definem o cronograma para a migração gradual de serviços e ajustam os termos da minuta do contrato de gestão, que terá duração prevista de 20 anos.
Modelo inédito no país
O formato é considerado inédito no Brasil: ao contrário de processos anteriores de municipalização ou troca de comando, a operação prevê a fusão de dois hospitais em funcionamento. A proposta é integrar leitos, programas de residência e linhas de cuidado sem interrupção nos atendimentos, em um processo gradual que se estenderá ao longo de 2026.
Na semana passada, em conversa ao Jornal O GLOBO, o presidente da Ebserh, Arthur Chioro, comentou sobre o tema e ressaltou que o processo exigirá uma “tessitura institucional” cuidadosa.
— Estamos sendo muito cuidadosos para que todas as pontas sejam resolvidas. É uma experiência inédita, não há antecedentes no país de fusão entre hospitais públicos — comentou.
A Unirio já aprovou a incorporação do HFSE ao Gaffrée e Guinle em sessão conjunta de seus conselhos superiores. Paralelamente, equipes técnicas do Ministério da Saúde, do Ministério da Gestão e da Inovação, do MEC e da Ebserh avançam nas análises patrimoniais e jurídicas que vão regular a transferência de bens e servidores.
Como será a fusão
Pelo desenho em discussão, o Ministério da Saúde — atual responsável pelo Hospital dos Servidores — fará a cessão do prédio, equipamentos e trabalhadores para a Unirio, que, por sua vez, firmará um novo contrato de gestão com a Ebserh. O acordo prevê a administração unificada dos dois hospitais por um período inicial de 20 anos.
Atualmente, as duas unidades somam cerca de 480 leitos ativos. Com a fusão, a previsão é alcançar 500 leitos disponíveis ao SUS no Rio de Janeiro. O plano busca também reorganizar serviços e especialidades de forma complementar, evitando sobreposição e ampliando a capacidade assistencial.
Perfis e estruturas complementares
O Hospital dos Servidores é uma unidade de referência em casos de alto risco, oncologia, hematologia, pediatria, doenças cardiovasculares e renais crônicas com hemodiálise. Também atua em transplantes de rim, córnea e esclera, obesidade mórbida e saúde bucal. Tem capacidade para 500 leitos, com cerca de 320 em operação, e 18 salas cirúrgicas, sendo 16 ativas. Mantém 38 programas de residência médica e dois multiprofissionais.
Já o Gaffrée e Guinle – Hospital universitário vinculado à Unirio, atua na área da obstetrícia e parto normal, ortopedia de alta complexidade, atenção psicossocial, transplantes de córnea e esclera, mastologia e cirurgia reparadora. É referência nacional no tratamento de HIV/Aids e saúde auditiva com implantes. Possui 224 leitos, sendo 170 ativos, e dez salas cirúrgicas, com oito em funcionamento. Mantém 40 programas de residência médica e oito de pós-graduação.
O plano não prevê aporte imediato de novos recursos, mas a otimização do orçamento já existente das duas unidades. Segundo gestores, a integração permitirá redistribuir profissionais, ampliar a capacidade cirúrgica e investir na modernização de equipamentos e infraestrutura.
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