Dois homens foram presos por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante fiscalização em um ônibus fretado no estado do Rio de Janeiro, na última terça-feira. Com eles foram encontrados uma arma, centenas de munições e acessórios táticos camuflados. Segundo a PRF, o material seria do Comando Vermelho (CV), facção criminosa que atua no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio.

A abordagem ocorreu na BR-116, em Teresópolis, Região Serrana, enquanto o coletivo seguia viagem com destino ao município de Guaraciaba do Norte, no Ceará. O material foi localizado nas bagagens dos dois suspeitos durante a Operação Atena, que intensifica o policiamento nas rodovias federais do estado.

De acordo com a PRF, o ônibus passou, ainda na cidade do Rio, por comunidades do Complexo do Alemão (Zona Norte), Rocinha (Zona Sul) e Rio das Pedras (Zona Oeste). Os detidos afirmaram que estavam na casa de parentes no Alemão, mas decidiram viajar para Sobral, no Ceará.

Com eles, foram apreendidos um revólver calibre .357, 267 munições – para calibres 9mm e 5,56mm –, 12 carregadores e dois frascos contendo líquido semelhante a "lança-perfume". Também foram encontrados acessórios camuflados, como coturnos, bandoleira, calças, camisas, coletes e balaclavas. Um dos homens tinha mandado de prisão em aberto por homicídio.

Segundo a PRF, há indícios de que os suspeitos pretendiam se refugiar no Ceará. Parte do material apreendido tinha inscrições que faziam referência ao Comando Vermelho, grupo que atua em várias comunidades da Zona Norte carioca. A ocorrência foi encaminhada à Polícia Civil, na 110ª DP (Teresópolis).

Megaoperação no Rio

No último dia 28, uma megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão resultou na morte de 121 pessoas, sendo quatro policiais e 117 suspeitos, conforme informações da Polícia Civil. O setor de Inteligência aponta que mais de 95% dos identificados tinham ligação comprovada com o Comando Vermelho e 54% eram de fora do estado.

Segundo a Polícia Civil, entre os mortos estavam: 19 do Pará, nove do Amazonas, 12 da Bahia, quatro do Ceará, dois da Paraíba, um do Maranhão, nove de Goiás, um do Mato Grosso, três do Espírito Santo, um de São Paulo e um do Distrito Federal. O relatório indica que, no Rio de Janeiro, há chefes de organizações criminosas de 11 estados brasileiros, abrangendo quatro das cinco regiões do país. Em um dos casos, a família reconheceu o corpo de uma das vítimas, natural da Bahia.