RJ em Foco
Em nova crise de segurança, Rio é o estado que mais recebeu operações de GLO para enfrentar violência urbana
Estado já teve 24 operações desse tipo desde a década de 1990, sendo 10 com foco em segurança pública
O Rio de Janeiro é o estado que mais recebeu operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) desde que o instrumento começou a ser utilizado, na década de 1990. Foram 24 ações desse tipo no estado, mesmo número do Distrito Federal. Quando são consideradas apenas as GLO motivadas por "violência urbana", o Rio é o líder isolado, com 10 casos. Outros estados aparecem com no máximo duas ocorrências cada.
A possibilidade de decretação de uma GLO no Rio voltou a ser levantada após a megaoperação realizada na terça-feira nos complexos do Alemão e da Penha, que causou ao menos 121 mortes. Em retaliação, integrantes do Comando Vermelho (CV) fizeram bloqueios coordenados em diversas vias importantes da Região Metropolitana. Na noite de quarta-feira, os governos federal e estadual anunciaram a criação de um escritório emergencial de combate ao crime organizado, que será formado por autoridades de ambas as esferas.
Entre 1992 e julho de 2025, foram realizadas 150 GLOs, de acordo com dados do Ministério da Defesa. A principal causa foi garantir a segurança de grandes eventos (27% dos casos), como cúpulas de chefes de Estado e competições como a Copa do Mundo e a Olimpíada. Em segundo lugar está a violência urbana (15%), seguida por greve de policiais militares e auxílio na segurança das eleições (17% cada).
Do total de 150, 22 GLOs foram realizadas exclusivamente no estado do Rio, a maioria na capital. Em duas outras ocasiões, a operação foi feita também em outros estados. A primeira GLO no Rio foi feita em 1992, durante a cúpula ambiental que ficou conhecida como Eco 92. Já a mais recente ocorreu em julho deste ano, no encontro de países dos Brics.
Considerando somente as operações motivadas pela violência urbana, a primeira no estado ocorreu em novembro de 1994, na gestão do governador Nilo Batista. Batizada de Operação Rio I, ela envolveu cerca de mil soldados e ocupou seis das nove favelas do Complexo do Alemão, mesmo alvo da ação desta semana.
Outras operações foram determinadas nos anos seguintes, por todos os presidentes, até julho de 2017. No ano seguinte, ocorreu uma intervenção federal na segurança pública do Rio, um mecanismo mais extremo do que a GLO.
O Distrito Federal empata com o Rio em número de GLOs, também com 22 exclusivas e duas compartilhadas com outros estados. A diferença, contudo, é que a ampla maioria das operações (17) foi de segurança de eventos, principalmente envolvendo autoridades estrangeiras.
Depois dessas, as unidades da federação com mais ocorrências são o Pará, com 11, e a Bahia, com sete. Três estados nunca tiveram uma GLO própria: Amapá, Goiás e Paraíba.
Também houve 26 GLOs com abrangência nacional, quase todas para garantir a segurança das eleições, além de situações excepcionais, como greve de caminhoneiros. Além disso, houve 11 operações em mais de um estado ao mesmo tempo, mas sem alcançar todo o país. A mais recente ocorreu em 2023, portos e aeroporto do Rio e São Paulo, para combater o tráfico de drogas e armas, entre outras ações do crime organizado.
Veja a lista completa:
GLO de abrangência nacional: 26
Rio de Janeiro: 22
Distrito Federal: 22
Vários estados: 11
Pará: 11
Bahia: 7
Pernambuco: 5
Minas Gerais: 5
Rondônia: 4
Ceará: 4
Amazonas: 4
São Paulo: 3
Rio Grande do Norte: 3
Maranhão: 3
Tocantins: 2
Santa Catarina: 2
Paraná: 2
Piauí: 2
Mato Grosso: 2
Mato Grosso do Sul: 2
Espírito Santo: 2
Alagoas: 2
Sergipe: 1
Rio Grande do Sul: 1
Roraima: 1
Acre: 1
Total: 150
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