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Saiba quem era o policial chefe da delegacia de Mesquita, morto em megaoperação no Alemão e na Penha

Chefe da 53ª DP (Mesquita), Marcus Vinicius, conhecido como Máskara, foi atingido durante ação que mobilizou 2,5 mil agentes para conter avanço do Comando Vermelho no Rio

Agência O Globo - 28/10/2025
Saiba quem era o policial chefe da delegacia de Mesquita, morto em megaoperação no Alemão e na Penha

O policial civil Marcus Vinicius, conhecido entre colegas como Máskara, foi morto na manhã desta terça-feira durante a megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio. Ele era chefe da 53ª Delegacia de Polícia (Mesquita) e estava entre os 2,5 mil agentes mobilizados na ação, que buscava conter o avanço territorial do Comando Vermelho (CV) e prender chefes do tráfico do Rio e de outros estados.

'A população já não aguenta mais esse prende e solta':

Operação Contenção:

Em meio ao som de tiros e explosões, uma policial que participava da operação comunicou por áudio à corporação que Marcus Vinicius havia sido atingido na cabeça. Ele foi levado ao Hospital estadual Getúlio Vargas, mas não resistiu. A direção do hospital ainda não confirmou o tiro na cabeça.

"Galera, o Maskara foi baleado na cabeça, a gente tá preso aqui na favela, estou pedindo prioridade, tem que dar uma atenção, é sério, o Maskara foi baleado na cabeça", disse a policial em meio ao tiroteio.

Segundo relatos, Marcus Vinicius era um policial experiente com mais de 20 anos de carreira consolidada na corporação. Respeitado entre colegas pela atuação no enfrentamento ao crime organizado, ele assumia o comando da 53ª DP. De acordo com colegas de corporação, Máskara — apelido pelo qual era amplamente conhecido — costumava participar diretamente das operações em campo, mesmo ocupando cargo de chefia.

Até o fim da manhã, dois policiais civis mortos e outros seis agentes feridos, entre eles um cabo do Bope e um delegado da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o objetivo da ação é cumprir 51 mandados de prisão contra integrantes do CV, 30 deles oriundos de fora do estado, e desarticular um esquema de expansão nacional da facção.

Quem são os baleados

Marcus Vinícius - policial civil da 53ª DP (Mesquita) que era conhecido como Máskara. Ele morreu no Hospital estadual Getúlio Vargas

Policial civil da 39ª DP (Pavuna) - morto momentos após chegar ao Hospital Getúlio Vargas

Três policiais civis - lotados na 38ª DP (Irajá), na 26ª DP (Todos os Santos) e na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE)

Quatro policiais militares

Dois homens apontados como traficantes vindos da Bahia, que morreram em confronto na chegada das equipes

Quatro moradores

De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ), o Complexo da Penha se tornou uma das principais bases do projeto expansionista do Comando Vermelho, servindo como ponto estratégico para o escoamento de drogas e armas e a coordenação de criminosos vindos de pelo menos 12 estados.

Durante a madrugada, moradores relataram intensos tiroteios e barricadas em chamas. Policiais foram alvo de granadas lançadas por drones, segundo o secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos. A operação também provocou o fechamento de 45 escolas municipais e a suspensão do atendimento em cinco unidades de saúde da região.

Entre os presos está o operador financeiro de Edgard Alves de Andrade, o Doca, apontado como uma das principais lideranças do CV na Penha. Segundo o Ministério Público, Doca e outros chefes da facção, como Pedro Bala, Gadernal e Grandão, são responsáveis por comandar o tráfico em áreas da cidade antes controladas por milícias, como Gardênia Azul e César Maia.