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Veja as regiões do Rio onde unidades de saúde mais fecharam devido à violência

Neste ano, clínicas da família e postos de saúde precisaram suspender o atendimento 784 vezes devido a confrontos e tiroteios — quase três interrupções por dia, segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde

Agência O Globo - 27/10/2025
Veja as regiões do Rio onde unidades de saúde mais fecharam devido à violência

A violência armada no Rio tem afetado diretamente o funcionamento das unidades de saúde da rede municipal. Somente entre janeiro e 15 de outubro de 2025, clínicas da família e postos de saúde precisaram fechar 784 vezes devido a confrontos, uma média de quase três interrupções por dia, segundo dados inéditos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). As unidades de Atenção Primária (AP) mais afetadas estão nas regiões da Zona Norte e da Zona Oeste, onde a presença de facções e a disputa por território tornam o cotidiano das equipes de saúde ainda mais perigoso.

Com 189 fechamentos neste período, a AP 3.3, foi a mais afetada. A área inclui os bairros: Acari. Anchieta, Bento Ribeiro, Campinho, Cascadura, Cavalcanti, Coelho Neto, Colégio, Costa Barros, Engenheiro Leal, Guadalupe, Honório Gurgel, Irajá, Madureira, Marechal Hermes, Oswaldo Cruz, Parque Anchieta, Pavuna, Quintino Bocaiúva, Rocha Miranda, Turiaçu, Vaz Lobo, Vicente de Carvalho, Vila da Penha, Vila Cosmos e Vista Alegre.

Em segundo lugar está a AP 5.1, com 170 interrupções registradas. A região cobre Bangu, Campo dos Afonsos, Deodoro, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Padre Miguel, Realengo, Senador Camará, Vila Militar e Vila Kennedy, na Zona Oeste.

Em seguida, a AP 5.3, que abrange Jardim Palmares, Paciência, Santa Cruz e Sepetiba, também na Zona Oeste, registrou 122 fechamentos.

A AP 3.1, que cobre bairros como Bancários, Bonsucesso, Brás de Pina, Cacuia, Cidade Universitária, Cocotá, Complexo do Alemão, Cordovil, Freguesia (Ilha), Galeão, Ilha do Governador, Jardim América, Jardim Carioca, Jardim Guanabara, Manguinhos, Maré, Olaria, Parada de Lucas, Penha, Penha Circular, Ramos e Vigário Geral, teve 104 interrupções.

A AP 3.2, que inclui Abolição, Água Santa, Cachambi, Del Castilho, Engenho da Rainha, Engenho de Dentro, Engenho Novo, Inhaúma, Jacarezinho, Jacaré, Lins de Vasconcelos, Méier, Piedade, Pilares, Riachuelo, Rocha, Sampaio, Todos os Santos e Tomás Coelho, com 86 fechamentos.

E 68 fechamentos na região que inclui a Barra da Tijuca, Anil, Camorim, Cidade de Deus, Curicica, Freguesia (Jacarepaguá), Gardênia Azul, Praça Seca, Recreio dos Bandeirantes, Taquara, Tanque, Vargem Grande, Vargem Pequena e Vila Valqueire.

Entre as unidades menos impactadas, estão:

A AP 2.2, que abrange Alto da Boa Vista, Andaraí, Grajaú, Maracanã, Praça da Bandeira, Tijuca e Vila Isabel, com 28 fechamentos.

AP 1.0, que cobre Benfica, Caju, Catumbi, Centro, Cidade Nova, Estácio, Gamboa, Lapa, Mangueira, Paquetá, Rio Comprido, Santa Teresa, Santo Cristo, Saúde e Vasco da Gama, com 8 fechamentos; e a AP 2.1, que cobre Botafogo, Catete, Copacabana, Cosme Velho, Flamengo, Gávea, Glória, Humaitá, Ipanema, Jardim Botânico, Lagoa, Laranjeiras, Leblon, Leme, Rocinha, São Conrado, Urca e Vidigal, com 4 registros.

Por fim, a AP 5.2, que cobre Barra de Guaratiba, Campo Grande, Cosmos, Guaratiba, Inhoaíba, Jardim Maravilha, Pedra de Guaratiba, Santíssimo e Senador Vasconcelos, teve 5 fechamentos.

De acordo com a SMS, o programa Acesso Mais Seguro, criado em 2009 em parceria com a Cruz Vermelha Internacional, orienta quando abrir, manter ou suspender o atendimento diante do risco de confrontos.