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Ídolo e abusador: como polícia define Capitão Hunter, youtuber do universo Pokémon, suspeito de estupro virtual de criança e de adolescente

Polícia investiga dois casos. Vítimas são uma menina de 13 anos e um menino de 11

Agência O Globo - 22/10/2025
Ídolo e abusador: como polícia define Capitão Hunter, youtuber do universo Pokémon, suspeito de estupro virtual de criança e de adolescente
- Foto: Reprodução / Instagram

Preso por suspeitas de crime de estupro virtual de vulnerável, e por produção de cenas pornográficas contendo adolescente, o influenciador digital João Paulo Manoel, mais conhecido como Capitão Hunter, é descrito em um relatório, enviado à Justiça pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, como um abusador de alta periculosidade. Segundo o documento, o suspeito, que conta com mais de 1 milhão de seguidores e é especializado no universo Pokémon de cartas, usa um perfil mentiroso para ganhar confiança das vítimas que são assediadas.

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A polícia confirma a existência da investigação de pelo menos dois casos. Uma menina de 13 anos e um menino de 11. A primeira é do Rio de Janeiro e manteria contato com o influenciador desde os 11 anos. Segundo relatório da investigação feita pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima(DCAV), o influenciador se valeu da condição de ídolo da vítima para que ela concedesse imagens de partes íntimas. " ...Trata-se de um abusador com elevado grau de periculosidade, atraindo crianças e adolescentes por meio de um perfil mentiroso para que ganhe a confiança dos vulneráveis e passe a assediá-las e coagi-las..", revela um trecho do documento.

Segundo as investigações da polícia, o influenciador conheceu pessoalmente a menina durante um evento em um shopping da Zona Norte do Rio. Após o encontro, eles passaram a manter contato pelas redes sociais, onde o homem se aproximou da família dizendo que acompanharia e apoiaria a trajetória da adolescente em um jogo on-line.

Após fazer contato pelas redes sociais, o influenciador, a partir de2025, começou a solicitar fotos íntimas à menina, oferecendo produtos ligados ao universo que explora em troca. A investigação, que começou em setembro último e durou cerca de um mês, detalhou que ele ofereceu como recompensa cartas de um jogo do Pokémon.

Na Região Metropolitana:

Ele também teria enviado diversas imagens inapropriadas dele para a vítima, mostrando as partes íntimas. O registro das conversas confirmou a conduta do suspeito e revelou que ele chegou a dizer para a menina que nem parecia que ela era uma criança.

Na Zona Sul:

Segundo o delegado Cristiano Maia, da DCAV, contra Capitão Hunter , foi cumprido um mandado de prisão temporária (de 30 dias) pelos crimes de estupro de vulnerável e produção de conteúdo pornográfico infantil. A ordem judicial foi expedida pela Vara Especializada da Criança e do Adolescente, do tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

O suspeito foi detido, nesta quarta-feira, na cidade de Santo André, em São Paulo. A ação contou ainda com apoio de policiais paulistas. Os agentes também cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao suspeito. A Justiça também autorizou a quebra de sigilo de dados de equipamentos de informática apreendidos. Todos os aparelhos eletrônicos encontrados serão encaminhados para perícia no Instituto de Criminalística Carlos Éboli, no Rio de Janeiro.