RJ em Foco
'Pobre de merda, vai morrer trabalhando', disse acusado de ser chefe da quadrilha dos fuzis a agente do Detran ao ser parado em blitz
Silas Diniz Carvalho, apontado como chefe de um grupo que fornece fuzis para o tráfico do Rio, foi preso um mês depois de ser parado na Lei Seca

Faltava pouco para a meia-noite em 11 de setembro de 2023 quando um Audi RS Q8 preto, sem placa, foi parado pela Operação Lei Seca na esquina das ruas Senador Vergueiro com Barão do Flamengo, no Flamengo, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ao volante do carro, avaliado em cerca de R$ 1,3 milhão, estava . Os agentes da blitz pediram que o motorista fizesse o teste do bafômetro; Silas se recusou. O carro havia sido comprado um dia antes, segundo a nota fiscal apresentada pelo dono do veículo.
Governo estuda iniciar
Desaparecido em trilha na Urca:
Ao ser informado que teria o carro rebocado, o motorista se irritou. Primeiro, alegou que era rico e tinha dinheiro "para comprar mais 15 carros", como descreve o registro de ocorrência de desacato feito na 9ª DP (Catete). Depois, ofendeu a agente do Detran que fazia a ocorrência, chamando-a de "pobre de merda" e pontificando que ela "vai morrer trabalhando".
Quase um mês depois, em 10 de outubro, com mais dois homens, numa casa dentro de um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, Zona Sudoeste do Rio, com 47 fuzis e centenas de munições para fuzil calibre .556. A Operação Wardogs, da PF, apontava que Silas chefiava uma quadrilha que fabrica e fornece fuzis para traficantes. Nesta quarta-feira, dois anos após ser preso, Silas foi alvo de um desdobramento da operação. Segundo a Polícia Federal, o grupo tinha capacidade para produzir 3.500 fuzis por ano.
Segredos da Maçonaria atraem
A operação desta quarta, batizada como Forja, prendeu sete suspeitos, dois no Rio de Janeiro e cinco em São Paulo. Foram apreendidos R$ 158 mil no apartamento de Silas, onde ele cumpria prisão domiciliar. Além do dinheiro, os agentes da PF encontraram malas prontas para viagem no local, o que indica, segundo a polícia, que o casal estaria se preparando para deixar o país em direção ao Paraguai. Essa informação levou a Polícia Federal a antecipar a operação.
Prisão domiciliar e tornozeleira
Mesmo em prisão domiciliar e usando tornozeleira, após ser condenado a uma pena de 12 anos de prisão pelo Tribunal de Justiça do Rio, Silas continuou a comandar a organização, afirma a Polícia Federal. Segundo os investigadores, a produção dos fuzis, originalmente em Minas Gerais, foi reestruturada e transferida para uma nova e mais sofisticada planta industrial em Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo.
Em agosto de 2025, a PF conseguiu desarticular a fábrica, que operava sob a fachada de uma empresa de peças aeronáuticas. No local foram apreendidos fuzis já montados e mais de 31 mil peças e componentes, material suficiente para a produção de dezenas de outras armas, afirmam os agentes.
No ano anterior, a PF havia realizado outra apreensão de fuzis fabricados pela quadrilha. Segundo a corporação, 13 deles, calibre 5,56, que haviam sido enviados de São Paulo foram interceptados na Rodovia Presidente Dutra. O destino das armas na capital carioca seria o Complexo do Alemão.
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