Política

Girão aciona Comissão de Transparência sobre passageiros em jatos do Master

Senador questiona viagens em aeronaves particulares ligadas ao Banco Master e cobra instalação de CPI no Senado.

10/12/2025
Girão aciona Comissão de Transparência sobre passageiros em jatos do Master
Banco Master - Foto: Reprodução / Agência Brasil

Em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (9), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) criticou a viagem do ministro Dias Toffoli ao Peru, em aeronave particular, acompanhado do advogado Augusto Botelho, ligado ao caso Banco Master. O parlamentar informou ter apresentado dois requerimentos à Comissão de Transparência do Senado para apurar quem mais utilizou os jatinhos do empresário Daniel Vorcaro, dono do banco, e quais foram os destinos dessas viagens.

— Quem é que levava? Quem estava nesses aviões? Tem algum poderoso de plantão? É dever nosso buscar e direito do povo brasileiro de saber, porque é o dinheiro dele que está envolvido, do brasileiro, da sociedade.

Girão defendeu a transparência nos processos, criticou o sigilo nas investigações e afirmou ser “inadiável” a instalação da CPI destinada a apurar irregularidades envolvendo o Banco Master.

— Por tudo isso, é inadiável a instalação da CPI do Banco Master. Ela está aí, na Presidência do Senado, com o presidente Davi Alcolumbre, há mais de dez dias, assinada por 34 senadores da República. Foram 34, e só bastava ter 27, e está parada. Isso é um escândalo internacional. Até entrevista para o Financial Times eu dei esta semana sobre esse caso — declarou.

O senador também afirmou que recentes decisões do Supremo Tribunal Federal aprofundam a crise institucional e pressionam o Parlamento a mudanças que, segundo ele, não têm respaldo da sociedade. Girão criticou o acórdão (ADPF 424) que determina que operações de busca e apreensão nas dependências do Congresso Nacional e em imóveis funcionais ocupados por parlamentares só poderão ser autorizadas pelo Supremo. Ele relacionou a medida à liminar do ministro Gilmar Mendes sobre pedidos de impeachment contra ministros da Corte e classificou o acórdão como uma "troca de favores" entre as cúpulas dos Poderes.

— A crise que a gente vive no Brasil não é apenas social, não é econômica, não é política; ela é uma crise moral, ética. O acórdão já é muito questionável em suas consequências, mas muito mais estranho ainda é que atende a uma demanda da própria Mesa do Senado, que defende aumentar as restrições das ações judiciais envolvendo parlamentares. Com esse novo entendimento do STF, juízes de todas as demais instâncias do Poder Judiciário perderam a prerrogativa para determinar medidas de investigação nas instalações do Poder Legislativo — afirmou.