Política
‘Ministério do Esporte não vai interferir nos votos que o PP já está dando’, diz deputado governista da sigla
Eduardo da Fonte defende espaço mais robusto para a legenda na Esplanada
Na reta final das negociações para a reforma ministerial, um dos deputados do PP mais próximos ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva, Eduardo da Fonte (PP-PE) afirmou ao GLOBO que a oferta do governo de entregar o Ministério dos Esportes ao partido não deve alterar os votos que a sigla já entrega na Câmara.
Nos últimos dias, o papel e o espaço reservado ao PP na Esplanada travou a reforma. Em meio às dificuldades, o parlamentar de Pernambuco argumenta que, pelo tamanho da bancada de 49 deputados, o ideal é que a pasta da legenda fosse mais robusta.
— O ministério não vai interferir nos votos que já está dando. E acho pouco provável que irá aumentar — disse o Eduardo da Fonte ao GLOBO.
Como revelou o colunista Lauro Jardim, o indicado do PP para assumir um ministério, deputado André Fufuca (PP-MA), passou a última noite consultando os deputados do PP se apoiam ou não a decisão dele de aceitar o Ministério do Esporte.
O movimento ocorreu depois que a bancada reclamou que Fufuca não havia consultado os colegas sobre a possibilidade de assumir o cargo.
Na terça-feira, Lula conversou com a atual ocupante do ministério, Ana Moser, e relatou que a situação estava “difícil”, mas que ainda não tinha tomado uma decisão.
Uma das avaliações que vem sendo feitas no PP é de que o Ministério do Esporte não irá aumentar o número de votos que o Planalto já tem dentro do PP e de que não há consenso entre o presidente da legenda, Ciro Nogueira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Outro argumento é de que ala bolsonarista da bancada não será sensibilizada pela pasta.
Eduardo da Fonte avalia que a entrega da pasta atualmente ocupada pela ministra Ana Moser não “é um bom começo” para a relação do partido com o governo.
Parlamentares do PP também comentam, de forma reservada, que o Esporte é um ministério de “quinta categoria” para o PP e reivindicam mais espaço para a quantidade de votos a legenda entrega, especialmente em pautas econômicas.
Entre colegas de Fufuca, há a avaliação de que a legenda seria mais fiel se tivesse uma relação mais próxima com o Planalto. Também contribuiria se tivesse mais influência em outros ministérios, com cargos-chave para o acompanhamento de emendas.
Um exemplo citado da dificuldade é que uma quadra esportiva bancada pelo Ministério do Esporte poder levar até dois anos a chegar ao município onde o parlamentar tem base.
Outra reclamação é a diferença de tratamento com outras siglas, como o PSB, que tem apenas 14 deputados na Câmara, mas ocupa três ministérios e poderá perder só uma pasta, a de Portos e Aeroportos, ocupada por Márcio França. Deputados do PP alegam que entregam mais que o dobro de votos — 40 na reforma tributária e 39 no arcabouço fiscal — do que a legenda do vice Geraldo Alckmin.
— A proporcionalidade não está legal. Não existe uma proporcionalidade (das legendas da base) com tamanho dos partidos que vão entrar — afirma Dudu da Fonte.
Mais lidas
-
1CRISE INTERNACIONAL
UE congela ativos russos e ameaça estabilidade financeira global, alerta analista
-
2REALITY SHOW
'Ilhados com a Sogra 3': Fernanda Souza detalha novidades e desafios da nova temporada
-
3DIREITOS DOS APOSENTADOS
Avança proposta para evitar superendividamento de aposentados
-
4TENSÃO INTERNACIONAL
Confisco de ativos russos pode acelerar declínio da União Europeia, alerta jornalista britânico
-
5FUTEBOL INTERNACIONAL
Flamengo garante vaga na Copa do Mundo de Clubes 2029 como quinto classificado