Política
Ibaneis Rocha suspende férias do secretário de Segurança do DF dois dias antes de 7 de setembro
Medida difere da postura de Ibaneis no início deste ano, quando o então secretário Anderson Torres estava de férias nos Estados Unidos no dia dos atos golpistas de 8 de janeiro
O governador do Distrito Federal Ibaneis Rocha (MDB) suspendeu nesta terça-feira as férias do secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar A medida foi tomada dois dias antes do feriado de 7 de setembro, data em que se comemora a Independência do país e que nos últimos anos foi escolhida por apoiadores de Jair Bolsonaro para manifestações de apoio ao ex-presidente.
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Na justificativa do ato, publicada em uma segunda edição extra do Diário Oficial do governo do DF, Ibaneis explica que suspensão foi tomada por "necessidade do serviço". O texto ainda informa que o secretário poderá usufruir do período de descanso de 14 de novembro a 1° de dezembro.
"Suspendo as férias do Secretário de Estado de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Torres Avelar, a partir de 05 de setembro de 2023, referentes ao período de 28 de agosto de 2023 a 22 de setembro de 2023, por necessidade do serviço, assegurando-lhe o direito a fruição do período restante, no período de 14 de novembro de 2023 a 1º de dezembro de 2023", diz o texto.
A decisão do governador foi exatamente a contrária da tomada nos dias que antecedam os atos golpistas de 8 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadira e depredaram os prédios do Três Poderes, em Brasília. À época, o secretário de segurança era o ex-ministro da Justiça do ex-presidente, Anderson Torres, que estava de férias nos Estados Unidos no momento dos ataques.
Sandro assumiu a secretaria ainda em janeiro, após a demissão de Torres. Chancelado por Flávio Dino, Sandro assumiu esse mesmo posto durante o governo petista de Agnelo Queiroz, entre 2011 e 2014. Sandro era diretor executivo da Polícia Federal no governo de Jair Bolsonaro e, entre outras missões, ajudou na coordenação da segurança da posse presidencial, que ocorreu sem sobressaltos.
Não há, a princípio, um grande ato bolsonarista convocado para o 7 de setembro, como aconteceu nos últimos anos. Como mostrou a colunista Malu Gaspar, a taxa média de ocupação dos hotéis em Brasília no feriado desabou em relação aos últimos dois anos do governo Bolsonaro. Na primeira celebração da Independência com Lula presidente, o índice previsto é de 43%. O dado reforça o caráter político da data nos anos Bolsonaro, marcada por mobilizações golpistas e de cunho eleitoral convocadas pelo então presidente.
Segundo a colunista Bela Megale, Bolsonaro tem dito a aliados que pretende ficar em casa, em Brasília, e relembrar, nas redes sociais, as imagens das pessoas que foram às ruas no Dia da Independência, em 2021 e 2022. A motivação principal é que ele não quer estimular reações que possam complicar ainda mais sua situação na Justiça. Além disso, o ex-presidente irá a São Paulo no início da próxima semana para se submeter a uma nova cirurgia.
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