Política

Relator pede arquivamento de ação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética

Comissão analisou também casos contra deputadas de esquerda

Agência O Globo - GLOBO 05/09/2023
Relator pede arquivamento de ação contra Eduardo Bolsonaro no Conselho de Ética
Eduardo Bolsonaro - Foto: Reprodução

O deputado Josenildo Ramos (PDT-AP), relator de uma ação contra Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no Conselho de Ética, apresentou nesta terça-feira um relatório que pede o arquivamento do caso. O filho '03' do ex-presidente Jair Bolsonaro virou alvo de uma representação do PT, em abril, quando Eduardo se envolveu em uma briga com o deputado Marcon (PT-RS). O relatou considerou que o deputado do PL "agiu sob o calor da emoção". O parecer ainda precisa ser votado pelo Conselho.

O petista e o filho do ex-presidente discutiram, durante uma sessão da Comissão de Trabalho, sobre a facada sofrida em 2018 por Jair Bolsonaro. Marcon disse que a "facada foi fake", o que gerou a reação de Eduardo. Ele levantou da cadeira, xingou Marcon e precisou ser contido pelos colegas.

Eduardo não estava presente na sessão de hoje, mas foi representado pela advogada Paula Cordeiro, que disse que "a resposta do deputado Eduardo Bolsonaro não foi gratuita" e foi "uma resposta a uma ofensa".

– O episódio não passou de troca de ofensas entre dois parlamentares – disse a advogada.

Na mesma sessão, o Conselho de Ética da Câmara decidiu rejeitar uma representação contra a deputada Juliana Cardoso (PT-SP). A petista foi alvo de uma ação do PP por chamar deputados de assassinos durante a votação do marco temporal das terras indígenas. Segundo o partido, uma das frases foi dirigida ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

A deputada Talíria Petrone (PSOL-RJ) também teve uma ação contra ela arquivada. Ela virou alvo de uma ação do PL, que foi protocolada depois de ela falar que o ex-ministro do Meio Ambiente e relator da CPI do MST, Ricardo Salles (PL-SP), tem relação com o garimpo ilegal.

O Conselho aprovou o relatório do deputado Gabriel Motta (Republicanos-RR), que pediu o arquivamento do caso de Juliana Cardoso. Em sua defesa, a parlamentar disse que não se referiu a nenhum deputado específico durante a votação. Da mesma forma, os parlamentares aprovaram o parecer do deputado Rafael Simões (União-MG), que pediu o arquivamento da ação contra a deputada do PSOL.

O deputado Fábio Costa (PP-AL) tentou aprovar um requerimento de retirada de pauta para adiar a votação do caso contra Juliana, mas não conseguiu votos suficientes. Após ser derrotado, Costa anunciou que iria votar contra a representação do próprio partido e a favor da deputada do PT. O PP negocia com o governo a escolha do deputado André Fufuca (PP-MA), líder da legenda, como ministro.

A sessão de hoje também analisa relatórios contra as deputadas Fernanda Melchionna (PSOL-SP), Sâmia Bomfim (PSOL-SP), Erika Kokay (PT-DF) e Célia Xakriabá (PSOL-MG) .

Uma representação contra o deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) também estava prevista para ser votada, mas o relator, deputado Ricardo Maia (MDB-BA), não estava presente. Jerry é acusado de assediar a deputada Júlia Zanatta (PL-SC). O relator recomendou o arquivamento. Até agora, o Conselho tem evitado punir os parlamentares. Além de Juliana Cardoso e Talíria Petrone, os deputados decidiram arquivar ações contra José Medeiros (PL-MT), Carla Zambelli (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG).

O PL também é o autor de ações contra as deputadas Célia Xakriabá, Samia Bomfim, Erika Kokay e Fernanda Melchionna, que são alvo por chamar de “assassinos” os deputados que votaram a favor do marco temporal.