Política
Lula volta a cobrar países ricos pela preservação da Amazônia e fala em 'pagamento de dívida com o planeta'
Presidente reafirmou sua promessa de entregar a área com desmatamento zero até 2030
O presidente Lula voltou a cobrar nesta segunda-feira os países ricos pela ajuda financeira para proteger a Amazônia. Lula afirmou durante sua live semanal que é a contribuição seria um "pagamento de uma dívida com o planeta Terra" por terem começado o processo de poluição anos antes dos países em desenvolvimento.
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— É muito simples compreender. Os países ricos tiveram sua introdução na revolução industrial bem antes que o Brasil. Então, eles são responsáveis pela poluição do planeta muito antes de nós. Eles conseguiram derrubar todas as suas florestas muito antes de nós. Agora, o que eles tem que fazer, é contribuir financeiramente para que os outros países possam se desenvolver. Nós não queremos ajuda, queremos um pagamento efetivo. É como se tivesse pagando uma coisa que eles devem à humanidade. Eles devem à humanidade a gente preservar as atuais florestas.
Lula ainda afirmou que os países amazônicos, após a Cúpula da Amazônia, realizada na última semana em Belém, estão em "condições" de cobrarem os países ricos na próxima COP dos Emirados Árabes.
— Nós temos condições de chegar ao mundo lá nos Emirados Árabes e dizer: a situação é essa e queremos essa contribuição. E isso não é favor. É pagamento de uma dívida que vocês têm com o planeta Terra porque vocês derrubaram a floresta de vocês 100 anos antes de nós. Então agora vocês paguem para que a gente possa preservar nossa floresta.
O presidente reafirmou sua promessa de entregar a Amazônia com desmatamento zero até 2030. Ele voltou a falar que vai dialogar com prefeitos e governadores da região para que sejam "aliados" e "parceiros" no combate ao desmatamento e às queimadas.
— Quando nós anunciamos até 2030 desmatamento zero, não é uma obra de ficção, é uma perseguição que vamos fazer. Vamos ter que conversar com todos os prefeitos que estão na Amazônia, porque nós não queremos ficar brigando com prefeitos. Queremos que ele seja um parceiro para que a gente possa ter como aliado no combate às queimadas e ao desmatamento. Queremos ter os prefeitos como aliados. Queremos entregar a Amazônia com desmatamento zero.
Outras lives
Pensado para tentar engajar apoiadores do governo nas redes sociais, o programa tem sido transmitido todas as terças-feiras, pela manhã, geralmente do Palácio da Alvorada. Além das suas próprias páginas na rede social, Lula tem usado também a página nas redes sociais da TV Brasil e no canal da TV, empresa pública de televisão, que é destinada para divulgar ações do governo.
Amanhã, Lula participa da posse do presidente do presidente do Paraguai, Santiago Peña. Ele embarca nesta segunda-feira para o país.
Na semana passada, Lula afirmou que que acha "fundamental" que o assunto faça parte da educação e que vai conversar com o ministro Camilo Santana (MEC) para fazer a inclusão.
— A questão ambiental hoje ela está dentro da casa das pessoas. Eu, inclusive, estou defendendo que o ministro da educação coloque no currículo escolar a questão do debate do clima. Temos que ter aulas para as crianças sobre a questão do clima, o significado das pessoas cuidarem das coisas, de fazerem coleta seletiva de lixo. Se você não colocar na escola, você não cria uma geração de pessoas preparadas para educar os mais velhos e as futuras gerações.
O presidente ainda afirmou que quer "continuar sonhando" com a exploração de petróleo na Foz do Amazonas e que a decisão do Ibama que barrou a perfuração "não é definitiva". O órgão ambiental negou uma licença para a Petrobras perfurar um poço exploratório a cerca de 160 km da costa do Oiapoque (AP), no Amapá, e a cerca de 500 km da foz do Rio Amazonas.
A Foz do Amazonas é uma das regiões da chamada Margem Equatorial, que abrange todo o litoral norte e alcança a do Rio Grande do Norte, no Nordeste. A região é considerada ambientalmente sensível por reunir grande quantidade de fauna e flora marinha, além de concentrar grande parte dos manguezais do país.
— Eu vou dizer para vocês que vocês podem continuar sonhando e eu também quero continuar sonhando. Nós tínhamos a Petrobras com uma plataforma preparada para fazer pesquisa nessa região. Houve um estudo do Ibama que dizia que não era possível, mas esse estudo do Ibama não é definitivo, porque eles apontam falhas técnicas que a Petrobras tem o direito de corrigir — afirmou durante entrevista à rádios da Amazônia.
Lula afirmou que o assunto ainda está sendo discutido e que a decisão é "muito importante". O presidente ressaltou que é preciso pesquisar como será possível evitar um desastre ambiental, mas que o caso deve ter um desfecho em breve.
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