Política
Chefe da PF diz que não precisava 'ser vidente' para prever 8 de janeiro e reclama de 'complacência' com acampamentos bolsonaristas
Andrei Rodrigues diz que houve 'negligência de várias entidades, de vários órgãos públicos' em relação aos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro que pediam intervenção militar
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse nesta segunda-feira que houve “negligência de várias entidades, de vários órgãos públicos” em relação aos acampamentos de apoiadores de Jair Bolsonaro em frente a quartéis do Exército após a derrota do ex-presidente no segundo turno das eleições do ano passado. Segundo Rodrigues, ele alertou sobre a necessidade de conter aquelas pessoas, e que não precisava ser “vidente” para concluir que o grupo avançaria para a Praça dos Três Poderes.
— Era um acampamento de criminosos, que reunia pessoas que estavam tramando um golpe de Estado. O que houve foi uma negligência de várias entidades, de vários órgãos públicos. (...) Verbalizei e inclusive formalizei isso num ofício, dizendo que aquelas pessoas precisavam ser contidas no acampamento, caso contrário elas iriam invadir o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto. Não sou vidente, só estava vendo as coisas — declarou o chefe da PF em evento sobre os dez anos da Lei Anticorrupção realizado pela Transparência Internacional em parceria com o Insper.
Rodrigues disse que seu ofício foi enviado ao ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e que também fez alertas em reunião na Secretaria de Segurança do Distrito Federal às vésperas do 8 de janeiro.
Alçado ao cargo de diretor-geral da Polícia Federal após chefiar a segurança do então candidato do PT Luiz Inácio Lula da Silva durante as eleições, Rodrigues disse que novas ações ainda serão realizadas pela corporação contra pessoas envolvidas nos ataques às sedes dos Três Poderes.
As declarações do chefe da PF surgem no mesmo dia em que foi divulgado trechos de um inquérito militar conduzido pelo Exército apontando “indícios de responsabilidade" da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, órgão sob o guarda-chuva do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), pelos acontecimentos de 8 de janeiro. O documento foi noticiado pelo jornal “Folha de S.Paulo”.
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