Política
Insatisfeito com Lula, MST volta a invadir terrenos às vésperas do retorno da CPI
Na última semana, movimento social realizou ocupações em Pernambuco, Goiás e Bahia
Alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que retoma os trabalhos após o recesso nesta terça-feira, o Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) voltou a realizar ocupações na última semana. Neste período, invadiu quatro terrenos em Pernambuco, Goiás e Bahia.
A mais recente ocorreu neste domingo, quando o movimento ocupou um terreno que pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA). O intuito da invasão é impedir o Semiárido show, evento do agronegócio que ocorre nesta terça-feira. De acordo com o próprio MST, a atitude foi uma reação à gestão do presidente Lula (PT). O Ministério do Desenvolvimento Agrário não cumpriu o assentamento de 1550 famílias, que teria sido negociado em abril deste ano.
"Sem acesso a terra às famílias tem todo direito de protestarem, a criação de assentamentos no momento de reconstrução da economia do país poderia ser um forte instrumento de desenvolvimento local. A Embrapa Semiárido insiste em usar sua estrutura para fazer feirinha para o Agronegócio e para o Agronegocinho", disse o MST em nota.
Durante o Abril Vermelho, o movimento havia invadido este mesmo terreno da Embrapa, mas acabou retirado por decisão judicial. Na ocasião, o MST afirma que solicitou certas demandas de Lula, como a concessão de seis mil hectares na região e a recriação da Superintendência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) de Petrolina.
Também neste domingo, cerca de 60 famílias do movimento foram ameaçadas por fazendeiros que chegaram armados em um acampamento montado pelo MST em Itiruçu, há 330 quilômetros de Salvador, na Bahia.
Desde o final do Abril Vermelho, o movimento havia passado por um período de menor atividade, onde apenas uma invasão havia ocorrido, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP). As primeiras ocupações voltaram a ocorrer entre terça e segunda-feira da semana passada em Caruaru (PE) e Hidrolândia (GO), respectivamente.
Em Pernambuco, 180 integrantes ocuparam uma área de 500 hectares. Já em Goiás, 600 famílias estão na Fazenda São Lukas sob o argumento de que a propriedade pertencia a um grupo criminoso condenado pela Polícia Federal.
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