Política

Surgem novas alternativas para o governo em 2022; nomes especulados até o momento não empolgaram

02/08/2021
Surgem novas alternativas para o governo em 2022; nomes especulados até o momento não empolgaram

Ex-prefeito Rui Palmeira ressurge com o PODEMOS; José Wanderley é a carta na manga do MDB e deputada Jó Pereira surge como “consenso” numa improvável aliança Renan Filho/Arthur Lira

Como os antecessores, Renan Filho (MDB) não preparou um nome forte para sua sucessão. Tinha a segurança de que o seu vice Luciano Barbosa (ainda no MDB) seria o candidato natural, mas o hoje prefeito de Arapiraca, esperto “pulou a fogueira” de ser candidato da situação e amargar a derrota nas urnas, como é praxe em Alagoas.

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Nenhum dos secretários de Renan Filho também demonstram afinidade eleitoral, pecando em razão da discrição de seus atos em detrimento da figura centralizadora do governador, que leva para si todos os louros das conquistas realizadas pelo Estado.

Alfredo Gaspar de Mendonça Neto seria o nome mais forte, mas precisa quebrar resistências na ala de esquerda, haja vista suas tendências bolsonaristas.

O pior e inusitado – talvez pelo bom desempenho da atual gestão – a Oposição também não revela nenhum nome com consistência eleitoral para disputar o governo, à exceção do prefeito de Maceió João Henrique Caldas que parece não estar com a intenção de deixar a prefeitura para se aventurar na disputa majoritária.

Nomes como do pífio senador Rodrigo Cunha (PSDB), amarga decepção para “gregos e bolsonarianos”, que cisca para um lado e para o outro, mas não agrega pela empáfia política, já está praticamente descartado nos bastidores. Ele precisa se reinventar no senado.

No forte grupo parlamentar liderado por Marcelo Victor (SD), onde o presidente da Assembleia tem o comando total de seus pares, apenas o ex-candidato a prefeito Davi Davino Filho tem postura para o cargo majoritário com base eleitoral na capital, mas no interior é um ilustre desconhecido.

Collor está praticamente alijado do processo de arrumação política. Jargão pode ressuscitar: “Não me deixem só”

O senador Fernando Collor que repete sua predisposição de disputar o senado, e foi até ventilado como o nome de uma grande articulação entre Renan Filho e Arthur Lira (PP) coisa só existente na cabeça de ilusionistas e iludidos. Aliança cobra d’água e jacaré nunca deu certo.

E Collor parece estar sendo abandonado por todas as correntes.

Collor precisa urgentemente ressuscitar o velho jargão “não me deixem só”, pois se vacilar é capaz de não arranjar nenhum partido ou coligação para encaixar suas pretensões eleitorais em 2022. Se transformou em “carne de porco em hospital”. Ninguém quer.

Mas “ilusionistas e iludidos” insistem na aliança Renan Filho/Arthur Lira e afirmam que em política só não viu boi voar. Por isso outro nome surge como alternativa nessa improvável (mas não impossível aliança); o da deputada Jó Pereira.

Dizem que Renan e Filho e Arthur já se encontraram mais de uma vez, tendo como assunto principal a sucessão estadual em 2022. Lira já sinalizou que topa apoiar Renan Filho para o Senado dentro de um consenso eleitoral.

E o consenso é o nome da deputada estadual Jô Pereira, para ser a candidata de ambos ao governo. Jó é prima de Lira, mas filiada ao MDB, dos Calheiros.

O que Renan Filho agora faz é medir o cenário, o grau de confiabilidade da formatação que poderia colocar no Palácio República dos Palmares, a primeira mulher comandando o estado.

Por outro lado, o nome do médico sertanejo José Wanderley é uma carta na manga dos Calheiros. Já testado e bem nas urnas, vice-governador de Teotônio e bem quisto em todo o Estado, o cardiologista tem tudo para emplacar seu nome ao governo num deserto de candidatos majoritários. Ele é ainda um dos dirigentes do MDB estadual e seu filho, o prefeito Hugo Wanderley comanda a AMA.

 

Tradição

Outro nome que ressurge no cenário com partido novo é o do ex-prefeito de Maceió Rui Palmeira. Filiado ao PODEMOS, Rui tem condições de reunir um grupo forte (incluindo Alfredo Gaspar de Mendonça) e disputar a eleição de governador, sonho de seu saudoso pai Guilherme Palmeira que ocupou o cargo na década de 80.

Rui tem um cenário pela frente diferente de outras eleições que disputou, mas pode ser uma alternativa eleitoral aos “pobres nomes” postos até agora na disputa ao governo.

Definitivamente não é carta fora do ‘xadrez político’ na eleição de 2022. Ao assumir o Podemos em Alagoas, Palmeira conquista espaço e ‘pavimenta’ – em silêncio – o caminho para o pleito vindouro.