Poder e Governo

Flávio Bolsonaro afirma que Tarcísio estava 'desconfortável' ao aplaudir Moraes

Postura cordial do governador de São Paulo vira argumento entre bolsonaristas que defendem Flávio como candidato à Presidência em 2026

Agência O Globo - 15/12/2025
Flávio Bolsonaro afirma que Tarcísio estava 'desconfortável' ao aplaudir Moraes
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) - Foto: Reprodução / Agência Brasil

O senador Flávio Bolsonaro (PL), pré-candidato à Presidência, afirmou nesta segunda-feira que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), estava "claramente desconfortável" ao aplaudir o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, durante um evento realizado na semana passada. A declaração foi feita após Flávio ser questionado sobre a possibilidade de apoiar Tarcísio como adversário de Lula na disputa pelo Planalto em 2026.

— Eu acho o Tarcísio um cara fenomenal. Tinha uma parte dele aplaudindo o Moraes. Sinceramente, quando vejo a cara do Tarcísio, ele está completamente desconfortável. Não é um aplauso de concordância. É meio protocolar. Eu não aplaudiria. Teria levantado e ido embora — disse Flávio em entrevista ao jornalista Léo Dias.

O episódio ocorreu durante o lançamento do SBT News, na sexta-feira. Em seu discurso, Tarcísio defendeu a necessidade de “construir a convergência” e destacou que o debate entre diferentes ideias deve acontecer “na arena política”.

Como mostrou o GLOBO, a postura cordial adotada por Tarcísio diante do presidente Lula (PT) e de Moraes tem sido utilizada por setores do bolsonarismo que preferem ver Flávio como candidato à Presidência em 2026.

Durante o discurso de Moraes, Tarcísio foi flagrado pelas câmeras aplaudindo de forma discreta uma fala sobre a retirada da Lei Magnitsky pelo governo americano de Donald Trump. A sanção contra autoridades brasileiras havia sido articulada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) como tentativa de reverter decisões do STF, especialmente do ministro relator do processo que resultou na condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão.

— A verdade venceu hoje. O presidente se recorda que, em julho, quando o Supremo se reuniu para tratar dessas sanções contra o Judiciário brasileiro, eu pedi a ele que não ingressasse com nenhuma ação, que não tomasse nenhuma medida contra isso. Porque eu acreditava, como continuei acreditando, e hoje isso fica muito claro, que no momento em que chegasse às autoridades norte-americanas, a verdade prevaleceria — afirmou Moraes.