Poder e Governo

Moro cobra cumprimento de acordo e diz que PP não tem candidato competitivo no Paraná

Senador fala sobre articulações e impasses para sua candidatura ao governo do Paraná

Agência O Globo - 15/12/2025
Moro cobra cumprimento de acordo e diz que PP não tem candidato competitivo no Paraná
Moro cobra cumprimento de acordo e diz que PP não tem candidato competitivo no Paraná - Foto: À tribuna, em discurso, senador Sergio Moro (União-PR).

No centro de uma disputa pela candidatura ao governo do Paraná, o senador Sergio Moro (União-PR) cobrou do PP o cumprimento de um acordo no estado e o apoio à sua pretensão de concorrer ao cargo. PP e União Brasil estão nas etapas finais para formalizar a federação, mas disputas locais têm gerado impasses e provocado a saída de integrantes. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que não apoiará Moro, o que motivou reação do comando do União Brasil.

— Vamos ter que aguardar. Por ora, os atos que foram tomados são todos no sentido da homologação da federação. Agora, os acordos têm que ser cumpridos. No Paraná, havia um acordo prévio do PP de que haveria o apoio à minha candidatura. A gente espera que seja cumprido. Sempre se diz lá que o PP cumpre acordos. Eles não têm candidato competitivo para apresentar. E lidero as pesquisas até com certa folga — disse Moro.

O senador também afirmou que, no momento, a possível candidatura presidencial de Flávio Bolsonaro é um "teste" e destacou que há governadores com condições de entrar na disputa.

Quem o senhor acredita que deveria ser o candidato da direita contra Lula em 2026?

O ideal seria uma união entre direita e centro-direita. O país não aguenta mais quatro anos de mandato do Lula. Precisaríamos apresentar uma proposta diferente para o país. Temos quatro governadores sempre muito citados: Tarcísio (de Freitas), Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Ratinho Junior. Agora, também surgiu o nome do Flávio Bolsonaro. Não sei como isso vai se desdobrar nos próximos meses.

Há resistências nos partidos a Flávio Bolsonaro. Ele vai mesmo ser o candidato?

É uma indicação do (ex-)presidente Jair Bolsonaro, que está numa situação difícil. Ele tem todo o direito de fazer essa indicação. Estão testando o nome para ver a aceitação na opinião pública e no eleitorado. Vão ter que aguardar os desdobramentos. Minha preocupação imediata é meu estado, com a pré-candidatura ao governo do Paraná.

Há uma série de desavenças na federação entre o PP e o União Brasil, inclusive no Paraná. Esse acordo entre os partidos vai mesmo ser formalizado?

Vamos ter que aguardar. Por ora, os atos que foram tomados são todos no sentido da homologação da federação. Agora, os acordos têm que ser cumpridos. No Paraná, havia um acordo prévio do PP de que haveria o apoio à minha candidatura. A gente espera que seja cumprido. Sempre se diz lá que o PP cumpre acordos. Eles não têm candidato competitivo para apresentar. E lidero as pesquisas até com certa folga.

Ficou surpreso com o anúncio de Ciro Nogueira de que não apoia sua pré-candidatura?

Fui surpreendido pelos termos. Sabia que havia divergências pontuais, mas nada que pudesse impedir ou dificultar nesse nível. A resposta do União Brasil veio em seguida. Ainda há espaço para construir uma solução conjunta.

A resistência do PP tem a ver com sua atuação na Lava Jato? O partido foi um dos mais atingidos, inclusive com prisões...

Respeito que poderia haver um óbice nesse sentido, mas não vejo relação de causa e efeito, pois os personagens são outros.

Vai apoiar a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, ao STF?

Estou aguardando a mensagem do presidente (Lula), que ainda não chegou. Não sei se essa indicação vai se concretizar. Antes disso, não vejo necessidade de me posicionar. O que sempre defendi é que o ideal seria a indicação de pessoas mais independentes e menos vinculadas ao governo, sem relação tão próxima com o presidente da República. Queremos um Supremo independente.