Poder e Governo

Motta enfrenta novo teste após retirada forçada de Glauber Braga e restrição à imprensa

Presidente da Câmara recebe críticas após ação tumultuada, mas defende medida alegando desrespeito ao Parlamento por parte do deputado

Agência O Globo - 10/12/2025
Motta enfrenta novo teste após retirada forçada de Glauber Braga e restrição à imprensa
Motta enfrenta novo teste após retirada forçada de Glauber Braga e restrição à imprensa - Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

A ação envolvendo o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) representou mais um teste para a autoridade de Hugo Motta (Republicanos-PB) à frente da presidência da Câmara dos Deputados.

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Eleito com apoio da maioria dos partidos, Motta tem buscado equilibrar interesses divergentes desde o início de sua gestão, atendendo tanto às demandas do PT, de Lula, quanto do PL, de Jair Bolsonaro.

No início da tarde de terça-feira, em mais uma sinalização deste equilíbrio, Motta anunciou que levaria à votação o projeto de redução de penas dos envolvidos na tentativa de golpe e daria andamento ao processo de cassação dos deputados Carla Zambelli (PL-SP), Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Glauber Braga.

O anúncio do processo contra o psolista gerou críticas entre parlamentares da esquerda e levou Glauber a ocupar a cadeira da presidência em protesto.

Na sequência, a transmissão da sessão pela TV Câmara foi interrompida, e policiais legislativos retiraram jornalistas do plenário, impedindo o registro do momento em que Glauber Braga foi removido da cadeira. A ação ocorreu sob protestos de aliados do deputado, que alegaram abuso de força por parte da polícia legislativa. A retirada de Braga também gerou confusão no Salão Verde, em frente ao plenário, envolvendo a imprensa que acompanhava o episódio.

O deputado deixou o plenário cercado por aliados, concedeu entrevista à imprensa com críticas a Motta e, em seguida, foi encaminhado para avaliação médica.

O episódio desta terça-feira intensificou as críticas à condução de Motta na Câmara, motivando declarações contundentes de deputados que questionaram sua autoridade e as condições para seguir à frente da Casa.

Em defesa, Motta afirmou que a tentativa de impedir o andamento dos trabalhos representa um desrespeito não apenas ao presidente da Câmara, mas ao Parlamento como um todo.