Poder e Governo

Michelle Bolsonaro se afasta do PL Mulher por questões de saúde após prisão de Bolsonaro

Encontro Nacional do PL Mulher, previsto para o dia 13 no Rio, é adiado para abril de 2026.

Agência O Globo - 08/12/2025
Michelle Bolsonaro se afasta do PL Mulher por questões de saúde após prisão de Bolsonaro
Michelle Bolsonaro - Foto: Reprodução / Instagram

Michelle Bolsonaro, presidente do PL Mulher e ex-primeira-dama, anunciou afastamento temporário das atividades políticas devido a questões de saúde. Segundo nota do partido, "a sua imunidade foi atingida e essas alterações foram agravadas pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)". Por conta disso, Michelle não participará do Encontro Nacional do PL Mulher, marcado para o próximo dia 13, no Rio de Janeiro, e o evento foi remanejado para abril de 2026.

Na última quinta-feira, Michelle visitou o marido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, no primeiro encontro do casal desde a recente briga pública dela com os filhos de Bolsonaro. Michelle saiu fortalecida da disputa, levando o PL a suspender a aliança com Ciro Gomes (PSDB) nas eleições do Ceará, conforme sua exigência. O senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do ex-presidente, foi obrigado a pedir desculpas públicas à madrasta, por ordem do pai, e ficou decidido que Michelle participará das futuras decisões sobre a formação de chapas para as eleições de 2026.

No dia seguinte, Flávio foi lançado como pré-candidato à Presidência, com apoio do pai e da madrasta.

Michelle chegou à sede da PF com uma bíblia nas mãos e acompanhada da filha Laura. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho 02 do ex-presidente, não compareceu, apesar de ter autorização judicial. Ele havia solicitado à Justiça a troca da data da visita para o dia de seu aniversário, pedido negado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Michelle deixou o local sem falar com a imprensa.

Lideranças do Centrão, que apostavam na perda de influência de Michelle nas decisões partidárias, ficaram frustradas com o desfecho da crise. Após criticar a aliança no Ceará, contrariando o marido, e se tornar alvo de ação dos enteados, integrantes do Centrão avaliavam que Michelle demonstrou imaturidade política e perderia protagonismo.

A queda de Michelle era considerada certa por partidos como PP, União Brasil e Republicanos, que esperavam vê-la fora das especulações para vice na chapa presidencial de 2026 — posto cobiçado por nomes como Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas. Membros dessas legendas reclamam da falta de diálogo com Michelle e da preferência pelo contato com os filhos de Bolsonaro. Com a decisão do ex-presidente, seus herdeiros precisarão alinhar posições com a ex-primeira-dama antes de torná-las públicas.