Poder e Governo
Dirceu cobra Paes, e PT do Rio reage à declarações de vice: 'Pobre'
Já presidente nacional da sigla, Edinho Silva, coloca panos quentes e afirma que aliança com o prefeito para 2026 ‘nunca esteve tão sólida’
As críticas do vice-prefeito do Rio, Eduardo Cavaliere (PSD), que chamou de “lero-lero” a política de segurança do PT em entrevista ao GLOBO, na terça-feira, gerou reação imediata de petistas. Citado pelo vice, o presidente da Embratur, , afirmou que o braço direito de tentou “sair das sombras” de forma equivocada. Já o ex-ministro , dirigente histórico do partido, cobrou Paes em mensagem privada, sugerindo que a sigla poderia lançar uma chapa ao governo do Rio em vez de estar em um possível palanque do prefeito.
Em gesto ao Senado:
'Sua sede é aqui em Brasília, não?':
— Esse rapaz se veste parecido com o Eduardo Paes, fala parecido com o Eduardo Paes. É normal que agora queira ter um protagonismo político no Rio, mas começa de forma ruim. Essa entrevista é uma forma de buscar uma saída das sombras pelo caminho errado — afirma Freixo. — Primeiro, porque aliança política se faz com quem pensa diferente, não com quem pensa igual. Pensar diferente é uma coisa boa, e isso é algo que ele não entendeu ainda.
Na entrevista, Cavaliere disse que o grupo de Paes discorda do PT no campo da segurança. O partido, segundo ele, defende muito “lero-lero”, como a ideia de que a falta de investimentos sociais é a causa do problema do crime organizado. A fim de ilustrar o argumento, ele mencionou posicionamentos de Freixo e da deputada federal Benedita da Silva sobre a megaoperação que resultou em 122 mortes no Alemão e na Penha, tocada pelo governo do Rio.
— O debate sobre chacina não é sobre o que pensa a maioria, mas sobre eficiência, eficácia. Esse rapaz precisa aprender que quando formamos um partido é para disputar a sociedade, não para fazer apenas o que a maioria pensa. Se for para atender à maioria, é mais fácil abrir um instituto de pesquisas — alega Freixo.
Posicionamento ‘pobre’
Ao analisar um momento da entrevista focado em eleições, no qual Cavaliere defende que uma postura de neutralidade no jogo nacional do ano que vem ajudaria Paes a atrair mais apoios na política do Rio para disputar o cargo de governador, o presidente da Embratur classificou o posicionamento como “pobre”.
— O Brasil do presidente Lula tem a menor taxa de desemprego, inflação baixa, reduziu a pobreza, tem a maior capacidade de compra do salário mínimo. Ao mesmo tempo, houve no país uma tentativa de golpe, um ex-presidente preso, envolvimento de políticos com o crime organizado — elencou Freixo. — Vai falar em neutralidade? Já surge assim na política? É muito frágil em termos políticos essa manifestação. Falar em neutralidade é algo pobre.
Como informou o colunista Lauro Jardim, outro incomodado com as declarações do vice-prefeito foi José Dirceu. Em mensagem enviada a Paes, ele reclamou do tom “desrespeitoso” usado para falar sobre a sigla e questionou se Cavaliere estaria convidando o PT a lançar uma candidatura própria ao governo do estado nas eleições de 2026.
Apesar das reações, a direção nacional do partido colocou panos quentes. O presidente Edinho Silva disse que tem conversado com Paes e que “nossa aliança política nunca esteve tão sólida”. Também rechaçou a possibilidade de lançar candidato próprio ao Palácio Guanabara.
— Nossos aliados podem pensar de forma diferente, não há problema, faz parte da democracia, mas o que queremos é derrotar o crime de verdade e não apenas alimentar as medidas midiáticas que não são eficazes — afirmou. — Tenho dialogado cotidianamente com o prefeito Eduardo Paes, nossa aliança política nunca esteve tão sólida. Ele é parceiro de primeira hora do presidente Lula, e o presidente, dele. A hipótese de candidatura própria do PT no Rio não existe. Não vamos fragmentar o campo democrático, quem investe nisso não tem responsabilidade com o momento histórico que o Brasil vive.
Edinho também aproveitou para defender o partido da acusação de propagar um “lero-lero” na segurança pública. Segundo o dirigente, o projeto do PT na área passa por asfixiar o crime organizado por meio do bloqueio de recursos, do uso da inteligência para rastrear criminosos e da tomada de territórios com a entrada da polícia, de programas sociais e de profissionalização.
— Se não for isso, vamos só assistir operações midiáticas, que dão imagens chocantes, como foi no Alemão e na Penha, mas não derrotam o crime, não libertam as comunidades — afirmou.
Entre políticos mais de centro, Paes é um dos poucos aliados de Lula no Sudeste. O PT conta com o apoio dele ao presidente no ano que vem como forma de não se limitar à esquerda num estado que tem se mostrado propenso a ideias bolsonaristas.
No entanto, como Cavaliere expôs na entrevista, o objetivo do grupo do prefeito é se envolver pouco na disputa nacional. Para o PSD do Rio, o ideal é ficar mais concentrado na eleição do estado, com uma ampla aliança em torno da candidatura de Paes.
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