Poder e Governo
Lula envia documento a Trump sobre crime organizado e defende inteligência conjunta com EUA
Presidente destaca necessidade de colaboração e uso de inteligência para combater organizações criminosas na fronteira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira que enviou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, um documento com informações sobre o combate ao crime organizado no Brasil e defendeu uma atuação conjunta para enfrentar as organizações criminosas. Lula ressaltou que é necessário priorizar ações de inteligência, e não o uso de armas de fogo, nessa tarefa.
— Disse a ele (Trump) que era importante que a gente discutisse a questão do crime organizado, porque é preciso combater o crime organizado. E nós temos gente importante que pratica crime aqui no Brasil, que mora em Miami. Eu mandei documento para ele dizendo o que nós tínhamos que fazer. E disse que nós estamos dispostos a trabalhar juntos para combater o crime organizado na fronteira. O crime organizado é um atraso — afirmou Lula. — Vamos usar a inteligência dos EUA e dos países que fazem fronteira com o Brasil para derrotar as facções criminosas e o narcotráfico. Não precisa de arma.
Lula também afirmou que o Brasil pode esperar uma nova leva de revogações de tarifas sobre produtos exportados para os Estados Unidos.
Durante os contatos entre Lula e Trump, o presidente brasileiro destacou:
— Da mesma forma que o povo brasileiro teve uma notícia ruim quando o presidente Trump anunciou a taxação, acho que está perto de a gente ouvir uma notícia boa, além dessa notícia de tirar alguns produtos nossos da taxação que ele já fez. Conversei seriamente com o presidente Trump sobre a necessidade do fortalecimento das duas maiores democracias do Ocidente: Brasil e Estados Unidos. Portanto, não tem sentido essa taxação. Disse para ele que era importante ver isso — declarou Lula, em entrevista à TV Verdes Mares, do Ceará, nesta quarta-feira.
Indagado se era possível esperar a revogação das tarifas, o presidente respondeu:
— A gente pode esperar.
Lula e Trump conversaram por telefone na terça-feira por cerca de 40 minutos. O principal tema foi a sobretaxa americana sobre produtos brasileiros.
Em agosto, houve a soma de 10% de uma tarifa universal imposta por Washington e mais 40% aplicados somente ao Brasil.
Em novembro, após negociações diplomáticas, os EUA removeram a taxa de 10% de vários parceiros comerciais. Pouco tempo depois, produtos agropecuários brasileiros, como café e carne, ampliaram a lista das isenções, embora ainda existam itens sobretaxados.
Outro tema abordado na conversa foi o combate ao crime organizado. Lula ressaltou a urgência em reforçar a cooperação com os EUA nessa área e destacou as recentes operações realizadas no Brasil.
Segundo o governo brasileiro, Trump afirmou que dará "todo o apoio a iniciativas conjuntas entre os dois países para enfrentar essas organizações criminosas". Os dois presidentes concordaram em voltar a conversar em breve sobre o andamento dessas iniciativas.
Os EUA têm realizado operações em áreas próximas à costa venezuelana, sob a alegação de combater o tráfico de drogas, elevando a pressão sobre o regime de Nicolás Maduro.
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