Poder e Governo

Polícia Federal deflagra operação contra hackers que atacaram sites do governo

Grupo investigado já realizou ataques contra a própria Polícia Federal, em 2020

Agência O Globo - 03/12/2025
Polícia Federal deflagra operação contra hackers que atacaram sites do governo
Polícia Federal - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Polícia Federal deflagrou, nesta quarta-feira, a Operação Power OFF, que visa desarticular um grupo responsável por ataques hackers a sites do governo federal e de empresas públicas. O grupo atuava mediante encomenda, utilizando plataformas que facilitavam ofensivas contra sistemas públicos e privados.

Segundo as investigações, os alvos já promoveram ataques contra sites como o da Polícia Federal, Serpro, Dataprev e Exército, entre 2018 e 2020. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária nos estados de São Paulo e Santa Catarina.

Os investigados são suspeitos de administrar plataformas que disponibilizavam esses serviços ilegais, além de usuários que contrataram os ataques. De acordo com a PF, “foi identificado que essas plataformas permitem que qualquer pessoa, mesmo sem conhecimento técnico, contrate ataques DDoS mediante pagamento”.

Os ataques realizados eram do tipo negação de serviço (DDoS), quando sistemas são sobrecarregados por acessos ou solicitações falsas, o que impede o funcionamento normal dos sites e serviços, deixando-os indisponíveis.

A operação contou com cooperação internacional do FBI (Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos).

A Polícia Federal também identificou que “diversos sites de deputados federais foram alvo de ataques coordenados, resultando em instabilidade e períodos de indisponibilidade, afetando a comunicação institucional e a atuação legislativa”.

Em 2023, durante a discussão do PL antiaborto na Câmara dos Deputados, o site oficial do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi alvo de ataque hacker e ficou fora do ar. O projeto, que equiparava o aborto após a 22ª semana ao crime de homicídio, teve ampla repercussão e apoio da bancada evangélica.